A MEDIAÇÃO UNIVERSAL DE MARIA SANTÍSSIMA
12ª PARTE
O
Poder da Mediadora.
1
- Testemunho de um sacerdote:
Era uma quinta-feira. Ao meio do jantar, Gema Galgani, pressentindo o êxtase,
levantou-se da mesa e retirou-se tranquilamente para o quarto.
Pouco depois, Dona Cecília, sua mãe adotiva, chamou-me. Segui-a e encontrei a
donzela em pleno êxtase, na ocasião em que tratava com a Justiça Divina uma
viva luta, cujo fim era a conversão e salvação de um pecador. Confesso que em
minha vida nunca assisti a um espetáculo tão comovedor.
Gema extática (pelo estado espiritual do êxtase), sentada sobre o seu pobre
leito, voltava os olhos (o rosto), toda sua pessoa para o ponto do quarto em
que o SENHOR se encontrava. Comovida, mas sem agitação, mostrava-se resoluta na
atitude de uma pessoa que discute e que quer vencer a todo custo.
Começou assim: “Já que viestes, JESUS, pedir-vos-ei de novo pelo meu
pecador. É vosso filho e meu irmão, salvai-o, ó JESUS!” E disse o
nome do pecador.
Era estrangeiro. Ela o tinha conhecido em Luca e muitas vezes, levada
por uma inspiração interior, tinha-o advertido, de viva voz e por
escrito, que pusesse em ordem a sua consciência e não se contentasse com a fama
de cristão, de que gozava entre o povo.
Ora, JESUS, surdo às recomendações de sua amada serva, parecia decidido a
tratá-lo como Justo Juiz. Gema continuou sem desanimar:
“Por
que é que hoje não me ouvis, ó JESUS? Tanto fizestes por uma só alma e a esta
recusais salvá-la? Salvai-a, JESUS, salvai-a. Sede bom, JESUS, não me faleis
assim. Na boca de quem é a própria misericórdia, esta palavra “EU o abandono”
não soa bem; não deveis pronunciá-la. Vós derramastes sem medida o Vosso Sangue
pelos pecadores, e agora quereis medir a quantidade dos nossos pecados? Não me
ouvis? A quem hei eu de recorrer então? Derramastes o Vosso Sangue por ele,
assim como por mim; Salvais-me a mim e a ele não? Não me levantarei daqui;
salvai-o. Dizei-me que o salvais. Ofereço-me como vítima por todos, mas
particularmente por ele. Prometo-Vos que nada Vos hei de recusar. Dai-me? É uma
alma. Pensai nisto, JESUS, é uma alma que Vos custou muito. Vira a ser boa e há
de corrigir-se”.
Por única resposta o SENHOR continuou a opor a Divina Justiça. E Gema continuou
também, animando-se cada vez mais:
“Eu
não procuro a Vossa Justiça, mas a Vossa Misericórdia. Por quem Sois, JESUS,
ide ter com esse pobre pecador e daí um terno abraço ao seu coração. Vereis que
ele se converterá. Experimentai ao menos... Ouvi, JESUS, Vós, como dizeis,
tendes multiplicado as ações para o ganhar, mas nunca o chamastes Vosso filho;
experimentai. Dizei-lhe que Sois seu Pai e que ele é Vosso filho. Vereis,
vereis que, a este doce Nome de Pai, o seu coração endurecido se há de
abrandar.”
Nesta ocasião, o SENHOR, para mostrar à Sua serva os motivos desta severidade,
descobriu-lhe, uma por uma, com as pequenas circunstâncias de lugar e de tempo,
as faltas desse pecador, concluindo por dizer que a medida estava cheia.
A pobre menina que repetiu em alta voz, toda essa confissão, ficou espantada;
os braços caíram-lhe, soltou em profundo suspiro; pareceu-lhe ter fugido toda a
esperança de vencer.
De repente dissipa-se seu abatimento e ela volta à carga:
“Eu
sei, eu sei, JESUS, que ele Vos ofendeu muito, mas não Vos tenho ofendido ainda
mais? E não obstante, tendes usado Misericórdia comigo. Eu sei, eu sei, que ele
Vos fez chorar, mas neste momento não deveis pensar nos seus pecados, deveis,
sim, pensar no Vosso Sangue derramado. Que bondade tendes tido para comigo!
Usai para com o meu pecador, eu vo-lo peço, das mesmas delicadezas de amor de
que tenho sido objeto. Lembrai-Vos, JESUS, que o quero no Céu! Triunfai,
triunfai, eu vo-lo peço, pela Vossa Caridade.”
Entretanto o SENHOR permanecia inflexível, e Gema voltou a cair no mesmo
desalento. Está em silencio, parecendo abandonar a luta, quando, de súbito
brilha em seu espírito um outro motivo que lhe parecia invencível.
Retoma a coragem e exclama:
“Bem,
eu sou uma pecadora, não podereis encontrar pior do que eu, Vós mesmo me
dissestes. Não, não mereço, confesso, não mereço que me atendais. Apresento-Vos,
porém, outra intercessora:
É
Vossa Própria MÃE que Vos pede em seu favor. Ides dizer que não à Vossa MÃE?
Certamente a ELA não o podereis fazer. E agora dizei-me, JESUS, que o meu
pecador está salvo.”
Desta vez alcançou a vitória. O Misericordioso SENHOR concedeu a Graça e a cena
mudou de aspecto. Com um ar de alegria indescritível Gema exclamou:
”Está
salvo, está salvo! Vencestes, JESUS, triunfai sempre assim”. E
saiu do êxtase.
Este espetáculo, verdadeiramente admirável, tinha durado boa meia hora. Para o
descrever, utilizei as próprias palavras de Gema, recolhidas por escrito na
ocasião e também cuidadosamente confiadas à minha memória.
Tinha me retirado para o meu quarto, entregue a mil pensamentos, quando ouvi
bater à porta. Anunciaram-me que era um indivíduo estranho. Mandei-o entrar. Lançou-se
a meus pés, chorando, e pediu-me que o ouvisse em confissão. Meu
DEUS, qual não, foi a minha surpresa! Era o pecador de Gema, convertido poucos
minutos antes.
Acusou-se de todas as faltas reveladas no êxtase pela serva de DEUS,
esquecendo-se somente de uma que lhe pude recordar. Consolei-o, contei-lhe a
cena que acabara de presenciar e obtive dele a autorização de publicar estas
maravilhas do SENHOR. Depois de nos termos abraçado, partiu. Já fazem alguns
anos... Mas parece-me ter ainda diante dos olhos toda esta cena, tão profunda
foi a impressão que ela me causou. (do livro: “Santa Gema Galgani,” Pe.
Germano de Santo Estanislau, págs. 164 – 167)
2
- São João Maria Vianney traz a paz:
“Entre os peregrinos ajoelhados à passagem do Santo Cura d’Ars, ao sair da
Igreja, estava uma senhora de luto pesado, profundamente aflita e acabrunhada
pela dor. Seu marido, homem sem religião, se tinha suicidado, atirando-se de
uma ponte, e morrera afogado. Tinha-o a pobre mulher por perdido eternamente, e
esta era a causa de seu desespero. Ora, antes que ela dirigisse a palavra, ao
Santo, esse se inclinou para ela e disse-lhe ao ouvido: “Está salvo!
Seu marido está salvo!.”
E como a senhora, sobressaltada, dava mostras de incredulidade, acrescentou
logo:
“Digo-lhe
que está salvo e está no Purgatório, cumpre rezar por ele. Entre a ponte e a
água teve o tempo necessário para um ato de arrependimento. Lembre-se do mês
de MARIA, do pequeno Oratório armado no seu quarto. O seu marido,
apesar de irreligioso, unia-se às suas orações. E foi o que
lhe mereceu a Graça do arrependimento e do perdão supremo.”
A alma piedosa estremeceu de júbilo e comoção. Jamais esquecer-se-á da Rainha
da Misericórdia, a Rainha que arranca do inferno milhares de
almas.” (do livro “Santo Cura d’Ars”, Pe. Trochu)
3
- São João Bosco clama à Medianeira:
“São João Bosco é conhecido como um dos maiores devotos e apóstolos da
Santíssima VIRGEM. Conseguia de Nossa SENHORA tudo o que pedia. Observemos um
exemplo da poderosa intercessão de nossa MÃE Celeste, que ele mesmo costumava
contar a seus alunos.
Entre os muitos meninos e jovens que se confessavam com o santo, havia um
menino chamado Carlos. Esse, na ausência de Dom Bosco, caiu gravemente enfermo.
Pediu que lhe chamasse Dom Bosco. Não o encontraram. Veio outro sacerdote, com
quem se confessou. Viveu ainda dois dias. Mas foram dois dias de ânsias e
pavores, suplicando e chorando que lhe trouxessem o seu amigo e confessor, Dom
Bosco. Faleceu. Seis horas depois, chega o Santo. A mãe, profundamente abalada,
vai ao seu encontro, narrando-lhe como fora terrível e assustadora a agonia do
filho. Ao ouvir tudo isto, passa pela mente do Santo um sinistro pensamento.
“E se Carlos, na confissão, tivesse calado um pecado grave, e morrido em
tal estado...? “Entra na câmara ardente, ajoelha-se e reza AQUELA
que sempre o atendia, à MÃE de DEUS, a Onipotência Suplicante e Medianeira de
Todas as Graças. Levanta-se e chama:
- Carlos!
“E o morto abre os olhos e grita:
- “Dom Bosco! Dom Bosco!”
- “Aqui estou, meu filho, aqui estou todo a tua disposição.”
- “Ah! Meu Padre, uma multidão de espíritos maus tentavam arremessar-me numa
grande fornalha de fogo, mas uma SENHORA de beleza encantadora os
afastou, dizendo: “Ainda não está condenado”, e foi
precisamente neste instante que eu ouvi a sua voz chamando-me.”
Dom Bosco ouviu-lhe a confissão, pois calara pecados graves na precedente, e
depois perguntou-lhe:
- “E agora que tua alma está pura, queres viver ou ir para o Céu?”
- “Quero ir para o Céu!” Morreu.
4
- A fé de São Bernardo no Poder da VIRGEM:
A consideração das verdades eternas, de um lado, e a meditação das tentações e
dos pecados, de outro lado, fazem tremer de pavor as alunas piedosas, e até
enchem de medo a grandes e heroicos santos. Sem dúvida, todos conhecem e rezam o
“Lembrai-vos” do grande filho de MARIA, São Bernardo.
Numa Igreja, vai o santo pregar diante de uma imensa multidão de pessoas. Sobe
ao púlpito, mas não consegue falar, tal é sua emoção, e chora copiosamente,
correndo-lhe pela face grossas e abundantes lágrimas. Diante dessa cena o povo
se agita, e todos indagam:
- “Bernardo, por que estás chorando?”
- “Choro, responde, entre profundos soluços, choro porque não sei se vou me
salvar...” E continuou a derramar lágrimas...
- “E agora, Bernardo, por que continuas a chorar...?”
- “Choro, repete o santo, possuído de grande terror, choro por que não sei se
vós que aqui estais, vos haveis de salvar...”
A partir dessa afirmação, São Bernardo e o povo, também tomado de forte emoção,
choram juntamente... De repente, parando de chorar e tendo iluminado o semblante
com alegria e júbilo, exclama com entusiasmo: “É impossível, impossível,
impossível...”
- “Bernardo, interroga sobressaltada a multidão, o que é impossível”?
E o santo responde com grande confiança e fervor:
- “É impossível que um pecador verdadeiramente arrependido, recorra
a MARIA Santíssima e seja por ELA abandonado, e se perca eternamente. Isto
nunca aconteceu e nunca há de acontecer. Sim, isto é impossível!”.
Talvez poucas vezes, com tão poucas palavras e em tão pouco tempo, tenha São
Bernardo conseguido tão grande resultado espiritualidade, como neste brevíssimo
sermão.
5
- No desespero, a MÃE é a última esperança:
Em Lourdes, uma jovem, em cujas faces descarnadas e desfiguradas, podia-se ler
a terrível palavra “morte”, estava à espera da procissão do Santíssimo
Sacramento. Era a última tentativa. Se esta falhasse... ainda algumas horas...
ou se muito, alguns dias, e seria um gélido cadáver...
Ao aparecer a procissão, conduzida por um Cardeal trazendo o Augustíssimo
Sacramento, passa pelas fileiras dos incuráveis um sopro de nova vida: a
esperança de um Milagre!
O Cardeal chega diante da nossa doente. É o momento decisivo. Dá-lhe a Benção
com o Santíssimo Sacramento. Seguem-se momentos de angustioso silêncio... e o
Cardeal afasta-se... A triste realidade, a jovem, no seu leito de dor, não
estava curada... e JESUS já ia se afastando... Quase desesperada, a jovem já
sentindo a mão fria da morte... Não, ainda tem uma esperança, e num arroubo de
audácia e confiança cega, faz um último e extremo esforço: levanta a voz
moribunda, e diz: “JESUS, Filho de MARIA, tu não me curaste, vou
dizê-Lo à Tua MÃE!”
Comovido, ao ouvir tais palavras, o Cardeal volta e dá-lhe a segunda Benção
Eucarística. No mesmo instante a jovem, repentinamente curada, se levanta
emocionada, chorando e gritando: “JESUS, Filho de MARIA, tu me
curaste, vou dizê-Lo à Tua MÃE, para que ELA me ajude a agradecer-Te!”
Amados de JESUS e MARIA, terminamos de ler neste texto que não
existe caminho mais curto e mais rápido para chegarmos ao Sagrado Coração de
JESUS, do que o Imaculado Coração de MARIA!
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