DOGMAS DE NOSSA SENHORA
1. MATERNIDADE DIVINA (MARIA MÃE DE DEUS)
A
palavra maternidade (condição de mãe) e divina (proveniente de Deus), nos leva
a uma única pessoa: Maria. Deus queria fazer-se homem e escolheu sua
Mãe em quem colocou todos os dons e virtudes, a fim de preparar sua morada em
seu seio virginal. A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem
levado o povo cristão não só a dirigir-se à virgem Maria como à Mãe de Jesus,
mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e
compreendida como pertencente ao patrimônio da Igreja, já desde os primeiros
séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso,
no ano 431.
Ao
confessar que Maria é “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma
única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe e com a definição da
maternidade divina de Maria, os Padres da Igreja evidenciaram a sua fé na
divindade de Jesus Cristo. A expressão “Mãe de Deus” remete ao Verbo de Deus
que, na Encarnação, assumiu a humildade da condição humana, para elevar o homem
à filiação divina.
Vários
autores comentam o fato da veracidade da Igreja na afirmação da maternidade
divina fazendo o seguinte raciocínio:
“Nosso
Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como
Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, as naturezas humanas de Nosso Senhor e
a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se
nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem. Logo Nossa Senhora,
Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade, é Mãe de Deus, pois
Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de nossa senhora, negaremos a
redenção do gênero humano ou cairemos no absurdo de dizer que Deus é mortal.”
Na sagrada tradição da Igreja os Apóstolos de Cristo já se manifestavam com a maternidade divina de Maria:
Na sagrada tradição da Igreja os Apóstolos de Cristo já se manifestavam com a maternidade divina de Maria:
Vejamos
o que diz o Apóstolo Santo André: “Maria é Mãe de Deus,
resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de
Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu”. (Sto Andreas Apost. in
trasitu B. V., apud Amad.)
Veja agora o testemunho de São João Apóstolo: “Maria, é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu a luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana.” (S. João Apost. Ibid)
São Tiago: “Maria é Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus” (S. Jac. in Liturgia)
São Dionísio Areopagita: “Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes.” (S. Dion. in revel. S. Brigit.)
Orígenes escreveu: “Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe” (Orig. Hom I, in divers. – Sec. II )
Santo Atanásio diz: “Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta.” (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.)
Santo Efrém: “Maria é Mãe de Deus sem culpa” (S. Ephre. in Thren. B.V.).
São Jerônimo: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus”. (S. Jerôn. in Serm. Ass. B.V.).
Santo Agostinho: “Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus”. (S. Agost. in orat. ad heres.).
Todos os Santos Padres afirmaram em amor e veneração a maternidade divina por Nossa Senhora. Cansar-me-ia em citar todos os testemunhos primitivos.
Agora
uma surpresa. Lutero e Calvino sempre veneraram a Santíssima
Virgem. Veja abaixo a testemunho dos pais da Reforma:
“Quem
são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis monarcas da Terra,
comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do
rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na
cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca
poderemos exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e
bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade.” (Martinho Lutero
no comentário do Magnificat – cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink,
revista Jesus vive e é o Senhor).
“Não há honra, nem beatitude, que se aproxime sequer, por sua elevação, da incomparável prerrogativa, superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um Filho em comum com o Pai Celeste” (Martinho Lutero – Deutsche Schriften, 14,250).
“Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (Calvino – Comm. Sur I’Harm. Evang., 20)
A negação da Maternidade divina de Nossa Senhora é uma negação à Verdade, é negar a Divindade de Cristo, é negar o ensino dos Apóstolos de Cristo.
Fonte:
Comunidade Shalom
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