NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO
Comemoração Litúrgica: 21 de janeiro
Nossa Senhora vivia uma vida
de confiança e
certeza com aceitação de
tudo que viesse da Divina Providência.
Sua vontade conduzia seus
desejos num único rumo:
"Faça-se em mim
segundo a Vossa palavra".
E assim era consolada e
podia consolar.
Os
três anos de vida pública de Nosso Senhor Jesus Cristo foram passados entre os
discípulos e apóstolos. Era um convívio intenso, apenas superado pelo
relacionamento havido entre Jesus e Sua Mãe Santíssima nos trinta anos em que,
estando juntos, olhavam-se e queriam-se bem e, assim, viviam a mais elevada
forma de relacionamento humano: amavam-se.
Um
dia chegou a hora crucial da missão redentora de Nosso Senhor: chegou a Paixão.
Num instante, Jesus passou pela morte de cruz e foi sepultado. Embora
tenha chegado também a manhã da ressurreição, e Cristo Ressuscitado ter
manifestado-se em várias oportunidades, aquele convívio inicial já não mais
existia, era inatingível.
Os
apóstolos puderam ainda acompanhar Nosso Senhor ressuscitado quando, quarenta
dias depois da ressurreição, Ele subiu aos céus. Foi um favor inestimável, uma
graça enorme. Nosso Senhor voltou glorioso para a direita do Pai Eterno.
Aqueles
homens ficaram sem Jesus e tinham uma missão a cumprir. Eles vacilavam. Ainda
não estavam confirmados em graça, viviam de uma Fé fraca. Vendo Jesus
afastar-se, eles poderiam deixar-se invadir por uma onda de desolação,
incerteza, e medo. Poderiam muito bem julgarem-se desamparados, abandonados
e... sem consolo.
Apesar
do clima de desalento e abandono que rondava as almas deles, eles sabiam que
Nossa Senhora era a mais fiel e santa das criaturas e que nela encontrariam
consolo para seus espíritos. Sobretudo eles acreditavam que Maria -"cheia
de graça"-- trazia em si a presença consumada, a ação constante do Espírito
Santo Consolador. Eles sabiam que poderiam pedir a Ela o consolo na aflição e o
auxílio que lhes faltava. Disso eles tinham certeza.
Foi
nessa ocasião que, de dentro de sua fraqueza, inspirados pela graça divina que
nunca falta, os apóstolos e discípulos realizaram um ato sublime de humildade,
de reconhecimento, de exaltação: procuraram estar juntos de Nossa Senhora, sob
a proteção dela!
Recorreram
a Ela, pediram Seu auxílio e assim reconheciam que Ela era a única que mantinha
a certeza, vivia a esperança da Fé e confiava. Como verdadeira Mãe dos
discípulos de seu Divino Filho Jesus, Maria Santíssima foi a fonte do consolo
de todos. Foi este consolo que trouxe aos apóstolos alento e os ajudou a
cumprir a missão que a Providência lhes tinha dado.
Por
isso, "bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de
Misericórdia e Deus de toda consolação, o qual nos consola em toda a nossa
tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer
angústia..." (II Cor. 1, 3 - 5)
Foi
Nossa Senhora o instrumento de Deus nessa ocasião. Foi Ela quem os consolou e
os encorajou dando a eles alento e força para cumprir o mandado do Redentor
Divino: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. O que
crer e for batizado, será salvo; o que, porém, não crer será condenado".
(Mc. 16, 15-16) Esse mandado de Nosso Senhor estendeu-se a todos aqueles que se
tornaram cristãos pelo batismo. E estes cristãos, dentro de suas fragilidades,
em muitas e muitas ocasiões, necessitaram de ajuda, de alento, de consolo em
sua caminhada. E isto é assim até hoje.
O
exemplo dos apóstolos, procurando Nossa Senhora nos momentos de aflição
propagou-se rápido entre os primeiros cristãos e continuou a expandir entre os
fiéis na medida em que a Igreja crescia pelo mundo afora.
O Exemplo dos Apóstolos
O
exemplo dos Apóstolos foi uma das razões do porque Nossa Senhora passou a ser a
intercessora certa a quem seus filhos recorriam. Ela, indiscriminadamente,
tornou-se o porto seguro para os necessitados, os aflitos e desamparados. Para
toda a Igreja Maria converteu-se na fonte do espírito de fortaleza que anima e
reconforta os sofredores. Passou a ser a consoladora, a Senhora da Consolação
até para aqueles que a procuravam depois de uma infidelidade ou queda. E,
"nunca se ouviu dizer que alguém que tenha recorrido à proteção dela tenha
ficado desamparado", ... sem consolo.
Na Terra e no Céu...
Maria
consola sempre seus filhos nascidos no batismo. Ela consola aqueles que
continuam a luta nessa terra, que caminham rumo à Casa do Pai e ainda padecem
das vicissitudes, limitações e aflições próprias ao homem concebido no pecado
original. Nossa Senhora é, portanto, fonte de consolação para todos que vivem,
que participam da Igreja Militante.
Nossa
Senhora poderia consolar também os membros da Igreja Gloriosa? A resposta
seria: Sim. O que acontece, porém, é que os bem-aventurados não necessitam
diretamente do consolo dela. No Céu o gozo é constante e o próprio Deus é o
"consolo demasiadamente grande" para os santos.
Consolo para a Igreja Padecente
E
para os membros da Igreja padecente a Virgem Santíssima seria também fonte de
consolo?
Sem
dúvida. Para eles também, Ela é Nossa Senhora da Consolação. Maria socorre as
santas almas de seus devotos não só aqui nesse nosso "vale de
lágrimas", mas também no purgatório, onde tem pleno poder, tanto para
aliviá-los como também para livrá-los completamente.
Sobretudo
isso acontece, como nos diz Santo Afonso Maria de Ligório, nas festividades de
Nossa Senhora. Quando, então, a Virgem Santíssima vai até o purgatório e
liberta grande número de almas. Eis o que conta o Santo em sua conhecida obra
"Glórias de Maria Santíssima":
"Refere
São Pedro Damião [Doutor da Igreja falecido em 1072] que certa mulher, chamada
Marózia, apareceu depois de morta a uma sua comadre, e lhe disse que no dia da
Assunção de Maria havia sido libertada do purgatório. Que, juntamente com ela,
saíra um tão considerável número de almas, que excediam o da população de
Roma".
Santo Agostinho e Nossa
Senhora da Consolação
A
devoção a Nossa Senhora da Consolação -- ou Consoladora dos aflitos, como é
designada na Ladainha Lauretana - foi difundida em todo o mundo principalmente
pela Ordem dos Agostinianos. Isso aconteceu como uma forma de retribuição pela
graça da conversão do grande Fundador dos agostinianos.
Santa Mônica, aflita e desolada por causa da vida desregrada e dos desvarios de seu filho Agostinho, recorreu à intercessão de Nossa Senhora da Consolação, e pouco depois teve a suprema alegria de vê-lo convertido em fervoroso católico. Agostinho tornou-se um dos maiores santos da Igreja, e escolheu como protetora da Ordem que fundou aquela que é a Consoladora dos Aflitos, a Senhora da Consolação e incumbiu seus filhos espirituais de divulgar essa devoção. A devoção a Nossa Senhora da Consolação foi aprovada pelo Papa Gregório XIII, em 1577.
É sempre bom recorrer a Maria
Nossa
Senhora é mãe e sabe consolar como ninguém: seus "lábios são como o favo
do qual destila mel". (Cant. 4, 11)
Quando
evocamos o nome de Nossa Senhora dos Aflitos, colocamo-nos em sua inconfundível
e admirável proteção de mãe. Mãe que quer a felicidade de seus filhos e
intercede por suas aflições e seus anseios, SEMPRE MOSTRANDO SEU FILHO JESUS. Em nossas aflições, também
nós podemos recorrer a Maria. Procurando a "Consoladora dos Aflitos",
ouviremos no fundo de nossos corações palavras de sabedoria. Pois é certo que,
com maternal doçura, os lábios de Maria destilam expressões de consolo.
É
sempre bom procurar a consolação junto a Deus e junto a Maria, pois ela é a mãe
dos aflitos. E Nosso Senhor Jesus Cristo nos lembra nos santos evangelhos:
"Bem-aventurados são aqueles que choram porque serão consolados" (Mt.
5, 5).
Como
exemplo de súplica que podemos elevar até o trono da Santíssima Virgem, aqui
está uma oração que foi ditada pela Fé e esperança de uma alma aflita, uma alma
necessitada de consolo e que demonstra humildade e confiança:
Oração a Nossa Senhora da Consolação
Lembrai-vos,
ó puríssima Virgem Maria da Consolação, do poder ilimitado que em Vosso
Imaculado Coração depositou Vosso Divino Filho, Jesus. Cheio de confiança na
onipotência de Vossa intercessão, venho implorar o Vosso auxílio. Em Vossas
mãos tendes a fonte de todas as graças que brotam do Coração amabilíssimo de
Jesus Cristo. Abri essa fonte em meu favor; conceda-me a graça de que tanto
necessito e ardentemente Vós peço. Não quero ser o único a ser rejeitado por
Vós. Sois minha Mãe e sois também a soberana do Coração de Vosso divino Filho.
Atendei,
benignamente, oh minha Senhora e minha Mãe, a minha súplica que agora Vos
dirijo. Senhora, volvei sobre mim Vossos olhos misericordiosos e alcançai-me a
graça... (citar o pedido) que agora fervorosamente vos imploro. Amém. (JSG)
Coroação de Nossa Senhora da
Consolação
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Site Arautos: http://www.arautos.org
Google: www.google.com.br
youtube: www.youtube.com
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