NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO
TAMBÉM CONHECIDA COMO NOSSA SENHORA DA LUZ E DAS CANDEIAS
Comemoração
Litúrgica: 02 de fevereiro
A origem da devoção à Senhora das
Candeias tem os seus começos na festa da apresentação do Menino Jesus no Templo
e da purificação de Nossa Senhora, quarenta dias após o seu nascimento (sendo
celebrada, portanto, no dia 2 de Fevereiro). De acordo com a tradição mosaica,
as parturientes, após darem à luz, ficavam impuras, devendo inibir-se de
visitar ao Templo até quarenta dias após o parto; nessa data, deviam
apresentar-se diante do sumo-sacerdote, a fim de apresentar o seu sacrifício
(um cordeiro e duas pombas ou duas rolas) e assim purificar-se.
Desta forma, José e Maria apresentaram-se diante de Simeão para cumprir o seu
dever, e este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali
lhe traziam, teria-lhes dito: «Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em
paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que
preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória
de Israel, vosso povo» (Lucas, 2,29-33).
É admirável a retidão e humildade de
Maria Santíssima em sujeitar-se a uma lei humilhante, como foi a da
purificação. A maternidade da Virgem, em tudo diferente das outras
mulheres, isentava-a mui legalmente das obrigações de uma
lei, como foi a da purificação. Davi enche-se de
vergonha, quando se lembra da sua origem: “Em pecados minha mãe
concebeu-me”. A Maria o Anjo tinha dito: “O Espírito virá
sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua
sombra”. São José recebeu do céu a comunicação
consoladora: “O que dela (de Maria) nascerá, é do Espírito
Santo”. Virgem antes, durante
e depois do parto, seu lugar não era entre as outras filhas hebreias que no templo se apresentavam para fazer penitência e procurar
perdão do pecado. Maria, porém, prefere
obedecer à lei e parecer com a pecha comum a todas. Além disto,
sendo de origem nobre, descendente direta de Davi, oferece o sacrifício dos
pobres, isto é, dois pombinhos. Que humildade!
Nesta sua humildade é acompanhada pelo Filho. Ele é
Filho do Altíssimo, autor e Senhor das leis, não admite
para si motivos que das mesmas o isentem. Ele que quis
ser nosso semelhante em tudo, exceto o pecado, sujeita-se à Lei da
circuncisão, triste lembrança da grande queda dos primeiros pais no paraíso, de
que resultou o pecado original. Por ocasião da apresentação de Maria
Santíssima no templo, se deu um fato que merece toda a atenção
nossa. Vivia em Jerusalém um santo homem chamado Simeão, provecto
em idade, que com muito fervor anelava pela vinda do
Messias. De Deus tinha recebido a promessa de não
sair desta vida sem ter visto, com os próprios olhos, o
Salvador do mundo. Guiado por inspiração divina, viera ao templo no
momento em que os pais de Jesus entraram, em cumprimento das
prescrições legais. Como os magos conheceram o Salvador,
este se fez conhecido a Simeão, o qual o tomou nos braços
e bendisse a Deus, dizendo: “Agora, Senhor, deixa partir o vosso
servo em paz, conforme vossa palavra. Pois meus olhos viram a vossa
salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz
para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”
José e Maria ficaram admirados do
que dizia do Menino. Simeão abençoou-os e disse a Maria,
sua Mãe: “Este Menino veio ao mundo para ruína e ressurreição de
muitos em Israel e para ser um sinal de contradição. Vós
mesma tereis a alma varada por uma aguda espada
e assim serão patenteados os pensamentos ocultos no coração de
muitos”. – Havia também uma profetisa, de nome Ana, filha de Fanuel,
da tribo de Aser. Vivera 7 anos casada, enviuvara
e já estava com 84 anos. Não deixava o templo e servia a
Deus dia e noite, jejuando e rezando. Tendo vindo ao templo na mesma ocasião,
deixou-se derramar em louvores ao Senhor e falava do Menino a todos que
esperavam a Redenção
de Israel. Cumpridas todas as prescrições
da lei, José e Maria voltaram para casa.
A Igreja Católica reserva uma bênção especial às
parturientes, que logo que seu estado o permitia, se apresentem a Deus, como
fruto de suas entranhas. É provável que este uso se tenha
introduzido na Igreja em memória e veneração à Mãe de Deus que,
obediente à Lei do seu povo, fez sua apresentação no templo.
A Deus deve a mulher louvor e gratidão, depois de
um parto bem sucedido. De Deus vem todo bem para a mãe e para o filho. É justo,
pois, que a mãe se apresente na Igreja para pedir a bênção
divina. A mãe cristã sabe que sem assistência e auxílio
de Deus, não pode educar os filhos na virtude e no temor de Deus.
Reconhecendo esta insuficiência, faz a Deus oferecimento do filho, prometendo
ao Senhor ver nele uma propriedade divina, penhor de seu amor, e fazer tudo que
estiver ao seu alcance para educá-lo para o céu.
Refletindo:
Maria Santíssima, a Mãe de Deus, embora isenta da
Lei do templo, faz empenho em cumpri-la perfeitamente. Sê sempre
obediente à lei de Deus e da igreja, pois nenhum título podes alegar que te
dispense tua obrigação.
A lei da purificação obriga às mães hebréias
a apresentar-se no templo, para livrar-se do pecado que lhes
ineria. Maria, a Virgem Mãe puríssima
humilha-se, sujeitando-se a uma determinação levítica,
que não a afetava.
Imita o exemplo de Maria Santíssima, velando
sempre pela pureza de tua consciência.
Maria Santíssima, a bendita entre as
mulheres, não se exalta, embora Deus a tinha exaltado. Como
as mulheres, ela aparece no templo,
não permitindo que seja tratada diferentemente. Não te exaltes sobre
o teu próximo. Não desprezes a ninguém, e não te
faças melhor do que na realidade és.
Maria faz a Deus a oferta do que
lhe é mais caro – seu divino Filho. Dá a Deus tudo o que tens: Teu
corpo e tua alma, tua vida toda. Na Santa Missa, imitando a Virgem
Santa, oferece-lhe o mesmo que ela ofereceu no templo: Jesus Cristo, o Filho de
Deus.
Maria Santíssima deposita o Filho nos
braços do velho Simeão, o qual o recebe com
grande júbilo da alma, dizendo-se pronto para
morrer em paz, depois de Ter visto o cumprimento das
promessas de Deus. Na santa Comunhão recebes o
mesmo Jesus, que Maria Santíssima pôs nos braços de Simeão. Dá-lo-ia
ela à tua alma com o mesmo prazer, com que o entregou ao venerável
ancião? Para comungar bem, para que a comunhão seja um prazer
para Deus e de utilidade para a tua alma, é preciso que estejas livre do pecado
mortal, e te desapegues de todo o mal.
Coisa terrível é a
comunhão sacrílega. Comungar sacrilegamente é uma injúria
maior feita a Nosso Senhor do que atirar a sagrada Hóstia ao monturo
ou aos cães. De São Boaventura são as
seguintes palavras sobre semelhante crime: “Tu, pecador impuro, invejoso e
avarento, és mais imundo, mais repugnante
e desprezível que um cão”.
Sendo teu pecado rubro como o escarlate,
numeroso como os grãos de areia do mar, procura as águas
purificadoras da penitência, e não te atrevas nunca a receber indignamente a
Santa Comunhão. “ Quem come este pão e bebe o cálice do Senhor
indignamente, será réu do corpo e sangue do Senhor, come
e bebe a sua condenação” (I Cor. 11,27)
Renovemos nosso amor e devoção
a Nossa Senhora e imploremos que nos derrame suas infinitas graças,
a fim de abraçarmos a cruz de cada dia com muita resignação e
alegria, e que cumpramos sempre os preceitos da Santa Igreja de Cristo. Amém!
Oração a Nossa Senhora das purificação (Candeias)
Ó Maria, Mãe de Deus e nossa,
Senhora das Candeias rogai a Deus por nós, a fim de que, do mesmo modo que
trouxestes nos braços a verdadeira luz e a comunicastes aos que jaziam nas
trevas, assim também nós: iluminados pelo fulgor e trazendo na mão uma luz que
brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro daquele que é a
verdadeira luz que ilumina todo ser humano vindo a este mundo.
Ó Bendita e Imaculada Maria,
Senhora das Candeias olhai com especial bondade para essa cidade e para esse
povo que vos ama. Cobri-nos a todos com o manto de vossa maternal proteção.
Ajudai-nos a ser sempre fiéis a Deus, no seguimento de seu Filho Jesus Cristo,
não nos faltando docilidade ao seu Santo Espírito. Que vossa proteção de Mãe
nos acompanhe em todos os momentos de nossa vida. E na hora de nossa morte
consolai-nos com vossa presença e apresentai-nos à Santíssima Trindade como
filhos e servos dedicados. Amém.
Procissão de
Nossa Senhora da Purificação (das Candeias)
Referência
bibliográfica:
http://www.paroquianossasenhoradascandeias.com/
http://historianossasenhora.wordpress.com/
http://www.google.com.br
http://www.youtube.com.br
http://www.paginaoriente.com/
Na luz Perpétua,
5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora -
Minas Gerais, 1959.
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