quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO
TAMBÉM CONHECIDA COMO NOSSA SENHORA DA LUZ E DAS CANDEIAS
Comemoração Litúrgica: 02 de fevereiro


A origem da devoção à Senhora das Candeias tem os seus começos na festa da apresentação do Menino Jesus no Templo e da purificação de Nossa Senhora, quarenta dias após o seu nascimento (sendo celebrada, portanto, no dia 2 de Fevereiro). De acordo com a tradição mosaica, as parturientes, após darem à luz, ficavam impuras, devendo inibir-se de visitar ao Templo até quarenta dias após o parto; nessa data, deviam apresentar-se diante do sumo-sacerdote, a fim de apresentar o seu sacrifício (um cordeiro e duas pombas ou duas rolas) e assim purificar-se.

Desta forma, José e Maria apresentaram-se diante de Simeão para cumprir o seu dever, e este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali lhe traziam, teria-lhes dito: «Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo» (Lucas, 2,29-33).


Com base na festa da Apresentação de Jesus / Purificação da Virgem, nasceu a festa de Nossa Senhora da Purificação; do cântico de São Simeão (conhecido pelas suas primeiras palavras em latim: o Nunc dimittis), que promete que Jesus será a luz que irá aclarar os gentios, nasce o culto em torno de Nossa Senhora das Candeias, cujas festas eram geralmente celebradas com uma procissão de velas, para relembrar o fato.

É admirável a retidão e  humildade de Maria Santíssima em sujeitar-se a  uma lei humilhante, como foi a da purificação. A maternidade da  Virgem, em tudo diferente das outras mulheres, isentava-a mui legalmente das obrigações de  uma lei,  como foi a da purificação.  Davi enche-se de vergonha, quando se lembra da sua origem:  “Em pecados minha mãe concebeu-me”.  A Maria o Anjo tinha dito:  “O Espírito virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”.  São José recebeu do céu a  comunicação consoladora: “O que dela (de Maria) nascerá, é do Espírito Santo”.  Virgem  antes,  durante e  depois do parto, seu lugar não era entre as outras filhas hebreias que no templo se apresentavam para fazer penitência e  procurar perdão do pecado.    Maria, porém,  prefere obedecer à lei e parecer com a pecha comum a  todas. Além disto, sendo de origem nobre, descendente direta de Davi, oferece o sacrifício dos pobres, isto é,  dois pombinhos. Que humildade!

Nesta sua humildade é acompanhada pelo Filho. Ele é Filho do  Altíssimo,  autor e Senhor das leis, não admite para si motivos  que das mesmas o isentem. Ele que  quis ser nosso  semelhante em tudo, exceto o pecado, sujeita-se à Lei da circuncisão, triste lembrança da grande queda dos primeiros pais no paraíso, de que resultou o pecado original. Por ocasião da apresentação de Maria Santíssima  no templo, se deu um fato que merece toda a atenção nossa. Vivia em Jerusalém um santo homem chamado Simeão, provecto em  idade, que com muito fervor anelava pela  vinda do Messias. De Deus  tinha recebido a  promessa  de  não sair desta vida sem ter visto, com os próprios olhos,  o Salvador do mundo.  Guiado por inspiração divina, viera ao templo no momento em que os pais de Jesus  entraram, em cumprimento das prescrições legais.  Como os  magos conheceram o Salvador, este se fez conhecido a  Simeão, o qual o  tomou nos braços e bendisse a Deus, dizendo:  “Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme vossa palavra. Pois meus olhos  viram a vossa salvação que preparastes  diante dos olhos das nações:  Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”



José e Maria ficaram admirados  do que  dizia do Menino. Simeão abençoou-os e  disse a Maria, sua Mãe:  “Este Menino veio ao mundo para ruína e ressurreição de muitos em Israel e  para ser um sinal de contradição. Vós mesma  tereis a  alma varada por uma aguda espada e  assim serão patenteados os pensamentos ocultos no coração de muitos”.  – Havia também uma profetisa, de nome Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.  Vivera 7 anos casada,  enviuvara e  já estava com 84 anos. Não deixava o templo e  servia a Deus dia e noite, jejuando e rezando. Tendo vindo ao templo na mesma ocasião, deixou-se derramar em louvores ao Senhor e falava do Menino a  todos  que esperavam a  Redenção de  Israel. Cumpridas  todas as  prescrições da lei, José e Maria voltaram para casa. 



A Igreja Católica reserva uma bênção especial às parturientes, que logo que seu estado o permitia, se apresentem a Deus, como fruto de suas  entranhas. É provável que este uso se tenha introduzido na Igreja em memória e  veneração à Mãe de Deus que, obediente à Lei do seu povo, fez sua apresentação no templo. 

A Deus deve a mulher louvor e gratidão, depois de um parto bem sucedido. De Deus vem todo bem para a mãe e para o filho. É justo, pois, que a mãe se  apresente na Igreja para pedir a bênção divina.  A mãe cristã sabe que sem assistência e  auxílio de Deus, não pode  educar os filhos na virtude e no temor de Deus. Reconhecendo esta insuficiência, faz a Deus oferecimento do filho, prometendo ao Senhor ver nele uma propriedade divina, penhor de seu amor, e fazer tudo que estiver ao seu alcance para educá-lo para o céu.


Refletindo:

Maria Santíssima, a Mãe de Deus, embora isenta da Lei do templo, faz empenho em cumpri-la perfeitamente.  Sê sempre obediente à lei de Deus e da igreja, pois nenhum título podes alegar que te dispense tua obrigação.

 A lei da purificação obriga às mães hebréias a  apresentar-se no templo, para livrar-se do pecado que lhes ineria.  Maria, a Virgem Mãe puríssima humilha-se,  sujeitando-se a  uma determinação levítica, que não a afetava. 

 Imita o exemplo de Maria Santíssima, velando sempre pela pureza de  tua consciência.
 Maria Santíssima, a bendita entre as mulheres, não se exalta, embora Deus a  tinha exaltado. Como as  mulheres, ela  aparece no templo, não  permitindo que seja tratada diferentemente. Não te exaltes sobre o teu próximo. Não desprezes  a ninguém, e não te faças  melhor do que na realidade és. 

 Maria faz a Deus a  oferta do que lhe é mais caro – seu divino Filho. Dá a  Deus tudo o que tens: Teu corpo e tua alma, tua vida toda. Na Santa Missa,  imitando a Virgem Santa, oferece-lhe o mesmo que ela ofereceu no templo: Jesus Cristo, o Filho de Deus.

 Maria Santíssima deposita o Filho nos braços  do velho Simeão, o qual  o  recebe com grande  júbilo da  alma, dizendo-se pronto para morrer  em paz, depois de Ter visto o cumprimento das promessas  de Deus.   Na santa Comunhão recebes o mesmo Jesus, que Maria Santíssima pôs nos braços de  Simeão. Dá-lo-ia ela à tua alma com o mesmo prazer, com que o entregou ao venerável ancião?   Para comungar bem, para que a comunhão seja um prazer para Deus e de utilidade para a tua alma, é preciso que estejas livre do pecado mortal, e te desapegues de  todo o mal. 

 Coisa terrível é a comunhão  sacrílega. Comungar sacrilegamente é  uma injúria maior feita a Nosso Senhor do que atirar a  sagrada Hóstia ao monturo ou aos  cães.    De São Boaventura são as seguintes palavras sobre semelhante crime: “Tu, pecador impuro, invejoso e avarento, és  mais imundo, mais  repugnante e  desprezível que um cão”. 

Sendo teu  pecado rubro como o escarlate, numeroso como os grãos de  areia do mar, procura as águas purificadoras da penitência, e não te atrevas nunca a receber indignamente a Santa Comunhão.  “ Quem come este pão e bebe o cálice do Senhor indignamente,  será réu do corpo e  sangue do Senhor, come e bebe a  sua condenação” (I Cor. 11,27)

Renovemos nosso amor e  devoção a  Nossa Senhora e imploremos que nos derrame suas infinitas graças, a  fim de  abraçarmos a cruz de cada dia com muita resignação e  alegria, e que cumpramos sempre os preceitos da Santa Igreja de Cristo. Amém!       

Oração a Nossa Senhora das purificação (Candeias)

Ó Maria, Mãe de Deus e nossa, Senhora das Candeias rogai a Deus por nós, a fim de que, do mesmo modo que trouxestes nos braços a verdadeira luz e a comunicastes aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados pelo fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro daquele que é a verdadeira luz que ilumina todo ser humano vindo a este mundo.
Ó Bendita e Imaculada Maria, Senhora das Candeias olhai com especial bondade para essa cidade e para esse povo que vos ama. Cobri-nos a todos com o manto de vossa maternal proteção. Ajudai-nos a ser sempre fiéis a Deus, no seguimento de seu Filho Jesus Cristo, não nos faltando docilidade ao seu Santo Espírito. Que vossa proteção de Mãe nos acompanhe em todos os momentos de nossa vida. E na hora de nossa morte consolai-nos com vossa presença e apresentai-nos à Santíssima Trindade como filhos e servos dedicados. Amém.
  
Procissão de Nossa Senhora da Purificação (das Candeias)




Referência bibliográfica:
http://www.paroquianossasenhoradascandeias.com/
http://historianossasenhora.wordpress.com/
http://www.google.com.br
http://www.youtube.com.br
http://www.paginaoriente.com/
Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.


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