sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

NOSSA SENHORA DA SALETE





19 de setembro 1846

“Olhai como crescem os lírios nos campos.
Não trabalham nem fiam. No entanto, eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles” (Lc. 12, 27).
Vivemos com tantas preocupações que não percebemos os dons e as maravilhas que o nosso Deus coloca à nossa disposição.

Estamos nos tornando insensíveis à simplicidade e à beleza do colorido das flores, do canto insistente dos pássaros, do cheiro do mato, das ervas, do barulho da chuva.
Deus, em sua infinita sabedoria, nos proporciona a cada instante, o espetáculo indescritível e harmonioso que é a vida.

A vida é Dom de Deus e não cabe ao homem qualquer insinuação de destruição e impedimento da mesma.

Em todas as suas manifestações divinas, Deus sempre escolheu os simples e puros de coração.

Crianças, camponeses, pastores, pescadores, agricultores, mães de família, enfim, pessoas sensíveis e disponíveis a ouvir o chamado e a se colocar a serviço do Senhor, sem preocupações com a opinião dos outros.

E assim, Deus mais uma vez, envia Nossa Mãe do Céu para alertar e pedir a conversão de seus filhos, quando esses permanecem insensíveis às manifestações divinas.


A HISTÓRIA 

Corria o ano de 1846, era o mês de setembro, inicio de outono na Europa, mais precisamente o dia 19, na pequena cidade de La Salete, na França, Diocese de Grenoble.
A vida seguia seu rumo sem grandes acontecimentos para aquele povoado de camponeses simples e humildes.

Os campos de La Salete, próximo aos Alpes, estavam revestidos divinamente de flores diversas, miosótis, margaridas e lírios dos Alpes, formando um espetáculo de rara beleza.
Foi neste cenário que os pastorinhos Maximino Giraud (11 anos) e Melânia Calvat (15 anos), enquanto pastoreavam o rebanho, foram visitados pela Virgem Maria, nossos pastorinhos eram apenas amigos.

Após o almoço, daquele Sábado ensolarado, os pastores, mais precisamente Melânia, avistou no fundo do vale, uma estranha luz que brilhava como o sol.
A pequena pastora chamou a atenção de seu companheiro para o fenômeno.
Ao se aproximarem da luz, esta se abriu ao meio e os pastores puderam contemplar a figura de uma linda mulher sentada sobre uma pedra, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos e o rosto escondido entre as mãos, demonstrando uma profunda tristeza.

“A Bela Senhora”, como os pastores definiram a aparição, ao perceber que os mesmos estavam assustados, chamou-os para perto dela, a fim de acalmá-los.
“Vinde, meus filhos, não temais, aqui estou para vos comunicar uma grande noticia. Se meu povo não quiser aceitar, vejo-me forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e tão pesado que não posso mais segurar. A tanto tempo que sofro por vós...”.
E continuou:

“Os que conduzem os carros (de boi), não o fazem sem abusar do nome de meu Filho. Se a colheita se estraga, não é senão por vossa causa. Bem vo-lo mostrei no ano passado com a colheita das batatas e não fizestes caso. Ao contrário, quando encontráveis estragada, era então que em tom de revolta, pronunciáveis o nome de meu Filho”.
“Se tiverdes trigo, não o semeeis, pois os animais comerão tudo. O que semeardes e o que vingar, reduzir-se-á a pó quando for malhado. Sobrevirá uma grande fome”.
“...os outros farão penitências pela fome. As nozes estragar-se-ão; as uvas hão de apodrecer. Se vocês se converterem, até as pedras e as rochas se transformarão em montões de trigo e as batatas aparecerão semeadas por sobre a terra”.
E ainda continuou:
“...e vocês, meus filhos, fazem bem suas orações?
- Não muito bem, responderam os pastorinhos!
- Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã. Quando não puderdes rezar mais, recitai ao menos o Pai-Nosso e uma Ave-Maria, devotamente. Quando tiverdes tempo, é preciso rezar mais”.
E ainda falou:
“Somente algumas mulheres idosas vão à missa, os outros trabalham aos domingos, durante o verão. E no inverno, quando não sabem o que fazer, vão a missa para somente zombar da religião. Durante a quaresma vão ao açougue como cães, atrás de carnes”.
E a Virgem concluiu depois, dizendo:
“Pois bem, meus filhos, transmitam tudo o que lhes revelei a todo o meu povo”.
Após ficar alguns instantes suspensa entre o céu e a terra, ela ergueu os olhos para o alto e foi desaparecendo lentamente.
Maximino apressou-se então para juntar algumas flores, que a bela senhora tinha sob os pés, mas elas sumiram repentinamente.
Os pastorinhos voltaram para a vila ao escurecer e contaram a seus patrões tudo o que tinham visto e ouvido da bela senhora.
Após o dia 21 de setembro, começaram as romarias ao local da aparição, cuja veracidade foi comprovada por inúmeros milagres.
No ano de 1852, o Bispo de Grenoble, fundou a Congregação dos Missionários, para propagar a mensagem da Virgem de la Salete e também iniciou a construção do Santuário que ficou pronto em 1879.
Maximino morreu muito jovem e Melânia tornou-se religiosa, sendo uma das fundadoras das “Filhas do Zelo do Divino Coração de Jesus”, e faleceu em 1904, em odor de santidade.


A MENSAGEM DAS LÁGRIMAS

Melânia descreveu o pranto de Nossa Senhora: “A Santíssima Virgem chorava quase o tempo todo enquanto falava. Suas lágrimas corriam lentamente até os seus joelhos e desapareciam com as faíscas de luz. Eram brilhantes e cheias de amor”.
“...as lágrimas de Nossa Mãe, longe de diminuir seu ar de majestade, Rainha e Senhora, pareciam embelezá-la e torná-la mais bela e a mais amorosa das mães”.

A CRUZ E A CORRENTE

Melânia descreve: “Nossa Senhora tinha uma belíssima cruz pendurada no pescoço. Essa cruz era dourada e sobre ela o crucificado [...] Quase nas duas extremidades da cruz, de um lado havia um martelo e do outro uma torquês”. Geralmente interpreta-se o martelo como símbolo daqueles que, pela sua má vida e pelo menosprezo à lei divina, pregam ainda mais nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Nesta mesma concepção a torquês representa aqueles que por suas boas ações aliviam as dores do Nosso Senhor, tentando despregá-lo da cruz.

OS OLHOS 

Sobre os olhos da Virgem Melânia descreveu “os olhos da virgem Maria, pareciam mil vezes mais belos que os brilhantes, os diamantes e todas as pedras preciosas mais procuradas. Eles brilhavam como sóis, eram doces, luminosos como um espelho. Em seus olhos via-se o Paraíso, eles atraiam a ela”.


A MENSAGEM

A Virgem aparece com trajes de camponesa, sentada sobre uma pedra, traz na cabeça um rico diadema dourado, com flores, trajava um avental e seus pés cobertos de flores.
A Virgem falava com simplicidade, do jeito simples dos pastores simples, falava da terra, das plantações e colheitas, do gado e da fome, da oração e da missa. A linguagem era de fácil entendimento para os pastorinhos analfabetos e humildes.
O que a Virgem anunciou aconteceu um ano depois. Um grande flagelo sobre as parreiras (era então desconhecido o oídio), ou mal branco. O escritor e poeta Paul Cloudel afirmou: “as uvas apodreceram”.

Leon Bloy disse: “Os maiores devotos de Maria são ou os grandes pecadores arrependidos ou os inocentes e simples, aqueles que amam com um amor mais intenso se encontram ou entre aqueles que conheceram bem o pecado ou entre aqueles que o pecado não os conheceu”.

Peçamos à Virgem da Salete que interceda por nós, junto ao seu filho Jesus, pois, apesar de se passarem anos, a sua mensagem continua atual, para os nossos dias, apenas com a diferença de simbolismos.
Amém



Oração a Nossa Senhora da Salete

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE LA SALETTE, FRANÇA








REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Blog: http://marcioreiser.blogspot.com.br
Site: www.google.com.br
Site: www.youtube.com

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