NOSSA SENHORA D'AIRES
Na área envolvente do Santuário de Nossa
Senhora d'Aires encontraram-se vestígios da civilização romana, falando-se de
uma povoação de nome «Arês» ou «Ares». Antigamente, quando se fazia referência
à Santa, escrevia-se Ares («ares de Santíssima Maria», etimologicamente) em vez
de Aires. O nome atribuído à Santa pode ser consequência da localização do
Santuário no local dessa possível povoação antiga designada «Arês».
Existem duas lendas contadas pelo povo.
Uma que relata que naquela herdade, chamada dos Vaqueiros, morava um lavrador
rico, supõe-se que Martim Vaqueiro, que possuía uma manada de bois. Na herdade
existia um curral onde todas as noites os bois eram recolhidos. A certa altura
os empregados do lavrador repararam que durante a noite os bois saiam do curral
para irem pastar, mas que no outro dia de manhã estavam todos lá dentro, com a
porta fechada. Foram então contar o mistério ao patrão que se dispôs a ir dormir
uma noite à porta do curral. Nessa noite apareceu-lhe em sonhos Nossa Senhora,
que lhe disse que era Ela que abria a porta aos bois e que era de Sua vontade
que fizessem naquele local uma casa de Deus e que para isso Ela própria o
ajudaria. O lavrador tratou logo de juntar os materiais necessários para dar
início à igreja e como era preciso muito dinheiro vendeu alguns dos seus bois.
Porém, quando os voltou a contar, após a venda, tinha na manada a mesma conta,
tendo sido um milagre de Nossa Senhora.
O aparecimento da
imagem da Senhora d'Aires também tem uma lenda, e encontra-se expressa numa
inscrição na portada do Santuário. É um verso em latim, que relata que após a
expulsão dos mouros destas terras, um lavrador arava o campo quando encontrou
dentro de um pote de barro a imagem que se vê no altar. Sobre esta lenda,
diz-se que a imagem foi descoberta por Martim Vaqueiro quando este lavrava o
campo.
Em 1748, existindo em
Évora uma enorme epidemia de peste, os comerciantes dessa cidade prometeram à
Virgem Senhora d’Aires uma festividade se a peste desaparecesse. Como tal se
verificou, os comerciantes realizaram festas durante três dias em honra da
Santa. No ano seguinte as festas foram ainda maiores, com afluência de devotos
não só de Évora mas também das populações vizinhas. Já nesse ano se montaram em
redor da igreja muitas barracas de gêneros alimentícios e de olaria.
As festividades tiveram grande incremento e as barracas de mercadores
começaram a ser tantas, que o Senado Vianense obteve o alvará em 1751, que
declarava que o mercado realizado junto à igreja fosse considerado feira
franca. Esta realiza-se desde então todos os anos no quarto domingo de
Setembro.
A fé popular é
comprovada através da Casa dos Milagres, cujas paredes estão totalmente revestidas
de ex-votos, constituindo um dos mais curiosos "museus" de arte
popular do país, onde as pessoas colocam o pagamento das suas promessas à
Protetora. Destacam-se os ex-votos mais antigos, que são criações populares
pintadas sobre tábua, tela e chapa cúprica, datando o mais antigo de 1735.
Atualmente os
ex-votos assumem a forma de fotografias, figuras de cera, bordados, painéis de
azulejo, vestidos e bouquets de noivas, etc. Todos os crentes da Santa,
espalhados pelo país inteiro, que se deslocam a Viana do Alentejo
essencialmente na altura da feira, depositam aqui os pagamentos das promessas e
agradecimentos a Nossa Senhora d'Aires."
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