segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

NOSSA SENHORA DO ALÍVIO



Em 1790 já era pároco de São Miguel de Soutelo, na arquidiocese de Braga, o Pe. Francisco Xavier Leite Fragoas. Pelo que nos conta Leonídio de Abreu no seu livro «O santuário do Alívio» (Braga, 1958), era um homem de famílias nobres e abastadas mas com grandes sentimentos e gestos de caridade e humildade. Era afável com o povo, bondoso, gentil e procurava fugir de tudo o que era ostentação e vaidade. Tinha conquistado a simpatia do povo de Soutelo. Uma das suas grandes preocupações era manter sempre a igreja matriz limpa, airosa, bem ornamentada e bonita; porque é a casa do Senhor. Certo dia, o Pe. Xavier Fragoas adoece e não consegue levantar-se da cama. Foram chamados vários médicos, que lhe diagnosticam males muito graves. O sacerdote vai piorando de dia para dia, sem que se encontre uma cura, a ponto de os médicos darem o caso como perdido. Mas o Pe. Xavier Fragoas não gostaria de morrer sem terminar umas obras que andava a fazer na igreja matriz. E porque sempre teve grande devoção à Virgem Santíssima, a ela recorre num momento de grande angústia. Implora-lhe a graça da cura dos seus males e promete-lhe a construção de um templo em sua honra.

Certa manhã, o assistente do Pe. Xavier dirige-se ao seu quarto para lhe servir o pequeno-almoço e ao aproximar-se vê uma grande claridade que passa por baixo da porta. Fica surpreendido pois tinha a certeza de que não estava ninguém com o Pe. Xavier e as janelas estariam ainda fechadas. Esperou mais uns momentos sem saber o que fazer e decide então bater à porta. Entra no quarto, a claridade já tinha desaparecido e o Pe. Xavier estava com um olhar mais vivo, uma voz mais clara, uma calma de espírito, um leve sorriso e uma certa esperança espelhada no seu rosto. O Pe. Xavier, ao perceber a curiosidade que invadia o seu assistente, pergunta-lhe se tinha visto alguma coisa de anormal. Ao que ele lhe responde que tinha visto uma luz muito brilhante sair por debaixo da porta do seu quarto. O Pe. Xavier decide-se então a contar-lhe o que acontecera: «Foi Nossa Senhora que me apareceu! Esteve aqui no quarto, eu vi-a! Ela me curará e assim eu poderei concluir as obras da igreja!» A partir daquele dia as melhoras do Pe. Xavier Fragoas foram aumentando a olhos vistos a ponto de deixar quase imediatamente a cama e retomar as suas funções paroquiais.



Agraciado pela intercessão da Virgem Santíssima, o Pe. Xavier desejava agora cumprir o voto que lhe tinha feito. Desejava construir uma capela tão grandiosa e bela quanto as suas posses lho permitissem. E foi assim que em 1794 escreveu ao arcebispo de Braga, D. Frei Caetano Brandão, pedindo autorização para construir no lugar da Gândara uma capela em louvor de Maria Santíssima, deixando patrimônio suficiente para a sua construção e manutenção. O seu pedido não foi atendido, o que o levou a insistir novamente com o prelado referindo que a capela seria em honra de Nossa Senhora do Alívio. No dia 18 de agosto de 1794, D. Frei Caetano Brandão autoriza então a construção da dita capela. O Pe. Xavier põe logo mãos à obra e no dia 18 de junho de 1798 escreve ao arcebispo de Braga comunicando a conclusão da capela e pedindo a sua bênção. A cerimônia da sagração da Capela de Nossa Senhora do Alívio veio a acontecer no dia 7 de setembro do mesmo ano. Foi um dia de grande festa em Soutelo, na presença de várias dignidades eclesiais e civis e de uma grande multidão de povo. A imagem da padroeira foi levada em procissão da igreja matriz de Soutelo até ao lugar da Gândara, acompanhada por doze anjos e doze apóstolos.


Em 1872 foi lançada a primeira pedra para a construção do novo e atual santuário, sendo aproveitada a capela-mor. As obras terminaram já no final do séc. XX.
As romarias realizam-se no 2° e 3° domingo de Setembro.






Oração a Nossa Senhora do Alívio

Senhor Jesus Cristo, Mediador nosso junto do Pai, que, pelo poder do Espírito Santo, Vos dignastes escolher a Virgem Santíssima, Vossa Mãe, que invocamos como Senhora do Alívio, nossa Medianeira e auxílio nas doenças e preocupações, concedei misericordiosamente a quem por ela Vos invoca, procurando as Vossas graças, se alegre de as receber para louvor da Vossa Glória. Amém.


Referência bibliográfica:
http://www.santuarioalivio.pt/
http://www.prof2000.pt/
http://www.google.com.br
http://www.youtube.com

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