NOSSA SENHORA DO DIVINO AMOR
Existe em Roma o famoso
Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, localizado à via Ardeatina, km 12.
Tem-se notícia da devoção à
Virgem sob este título já no século XIII, quando naquela região da planície
romana foi construída uma espécie de fortaleza da família Savelli-Orsini,
chamada Castel di Leva.
Sobre uma torre do castelo
havia uma imagem da Virgem assentada no trono, tendo ao colo o Menino Jesus.
Uma pomba desce sobre a Virgem como símbolo do Espírito Santo, que é mesmo o
Divino Amor. A imagem, naquela época, era muito venerada pelos pastores da
região.
Na primavera de 1740, um
viandante que se dirigia a Roma, chegando perto da torre, foi assaltado por uma
multidão de cães e estava para ser devorado; o pobrezinho levantou os olhos,
viu a sagrada imagem e pediu ajuda à mãe de Deus; o milagre se realizou: os
cães dispersaram-se de repente, fugindo pelos campos.
Bombardeios aéreos, potentes
cargas de explosivos nas pontes do Rio Tibre, dois mil tanques prontos para o
assalto, iminência de arrasadores combates nas ruas, tudo pressagiava a total
destruição da Cidade dos Mártires e dos Santos...
Detentora de uma fabulosa
história que abarca quase três milênios, Roma já conheceu tudo quanto uma
cidade poderia presenciar. Desde pequena aldeia às margens do Tibre até
imponente capital de um vastíssimo império, viveu dias de fausto e poder
incalculáveis, e períodos de triste decadência seguidos de radioso
renascimento. Sobranceira, ela sofreu assédios, incêndios, invasões, pestes, e
a tudo isso sobreviveu, recebendo com propriedade o título de “Cidade Eterna”.
Contudo, no início de 1944, para muitos aquela longeva história parecia
inexoravelmente ter chegado ao fim.
Sob o domínio estrangeiro
Como outras vezes acontecera
no passado, a cidade estava vivendo sob o domínio estrangeiro, ocupada por
forças alemãs desde setembro de 1943. O solo romano já havia experimentado o tremendo
impacto dos bombardeios aéreos, como o que arrasou o bairro de São Lourenço em
19 de julho de 1943, fazendo centenas de vítimas. Embora, em fins de janeiro de
1944, tivessem desembarcado em Anzio as Forças Aliadas, estas avançavam com
enervante lentidão.
Perspectivas de iminente
destruição
Em maio desse ano, na
previsão de futuras operações militares de grande envergadura na Europa, a
conquista de Roma tornou-se um objetivo de máxima importância para os Aliados.
Na noite de 11 para 12, começou a grande batalha. A 120 quilômetros da cidade,
na região de Montecassino, 650 canhões do 13º Corpo do Exército Inglês iniciaram
um bombardeio contra um importante contingente alemão ali aquartelado, em
consequência do qual a multissecular abadia ficou reduzida a escombros. Logo
depois começou a mover-se o 5º Exército norte-americano. A notícia desse
primeiro lance causou não pequeno aumento do temor em Roma: seria este um
prelúdio do que aconteceria com a Cidade Eterna?
Os acontecimentos pareciam
indicar que sim. Em 4 de junho, tudo pressagiava o início de um duro combate.
Dispostos a uma forte resistência, os alemães tinham instalado potentes cargas
de explosivos em todas as pontes do Rio Tibre, para destruí-las caso tivessem
de bater em retirada. De outro lado, o general britânico Harold George
Alexander decidiu lançar seus dois mil carros de combate no assalto à cidade.
Tudo pressagiava uma luta
casa a casa, palmo a palmo, altamente arrasadora, como acontecera já em outras
localidades europeias. Essa terrível perspectiva angustiava todos os romanos.
O voto da cidade de Roma
Em circunstâncias como essa,
os homens se lembram mais facilmente de recorrer ao auxílio divino. Foi nesse
quadro de tragédia que o Papa Pio XII convidou o povo a fazer um voto, pedindo
que a cidade fosse salva da destruição.
Encontrava-se então em
peregrinação por várias igrejas de Roma a milagrosa imagem de Nossa Senhora do
Divino Amor, muito venerada pelos romanos desde o século XII. Nesse ameaçador
dia 4 de junho, na Igreja de Santo Inácio, foi feito solenemente um voto pelo
qual o povo de Roma Lhe prometia: “corrigir e melhorar sua conduta moral, para
tornar sua vida mais conforme à de Nosso Senhor Jesus Cristo”; construir um
novo santuário e iniciar uma obra de caridade em sua honra.
Quase ao mesmo tempo, uma
misteriosa mensagem de Hitler cancelou a ordem de resistência, e o exército
alemão retirou-se da cidade, na qual entraram pouco depois as Forças Aliadas,
aclamadas por uma multidão exultante de incontida alegria. Esse desfecho foi
tão surpreendente que o próprio Primeiro-ministro britânico, Winston Churchill,
afirmou: “A conquista de Roma se deu de modo completamente imprevisto”.
Do alto dos Céus, a solícita
Mãe de Deus havia atendido às preces de seus aflitos filhos, e a cidade foi
liberada sem o derramamento de uma gota de sangue sequer!
“Salvadora de Roma”
Uma semana depois, o Papa
Pio XII reuniu-se com os fiéis para uma prece de gratidão, e nessa oportunidade
atribuiu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de “Salvadora de Roma”.
“Nós olhamos para Ti, Mãe do
Divino Amor, esperando por Ti, por tua materna intercessão, a nossa salvação.
(...) Guarda a tua Roma!”
Esse
milagre também foi noticiado pelo "L'Osservatore Romano" de
12-13/junho/1944, nos seguintes termos: "Claríssimo o prodígio, e tanto
mais surpreendente quanto as circunstâncias humanas pareciam opostas; parecia
impossível". Nossa Senhora do Divino Amor, é presumível, usou de
misericórdia e poupou a Cidade Eterna, verdadeira jóia-símbolo da civilização
católica.
Décadas mais tarde, em lº de
maio de 1979, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora do
Divino Amor e o definiu como “o Santuário Mariano de Roma”.
Hoje, é famosa a
peregrinação noturna a pé, que atrai ao santuário devotos de todas as partes
do mundo. Aos sábados, desde a Páscoa até o fim de outubro, os fiéis partem da
Praça da Porta Capena à meia-noite, passam por pontos históricos como a Via
Ápia Antiga, a Igreja do Quo Vadis, as Catacumbas de São Calixto e o Mausoléu
das Fossas Ardeatinas, e chegam ao santuário na manhã de domingo. Ali, saudados
pelos primeiros raios do sol que nasce, os romeiros apresentam à Virgem suas
mais íntimas súplicas e pedem, naturalmente, que a proteção divina continue a
cobrir a Cidade Eterna.
“Também hoje é necessária a
conversão a Deus”
Bento XVI quis, como seus
antecessores, venerar essa tão solícita e bondosa Mãe. Visitando seu santuário
rezou o Rosário com os fiéis ali presentes, aos quais dirigiu alentadoras
palavras. “Daqui, deste Santuário do Divino Amor — disse ele — , esperamos uma
grande ajuda e apoio espiritual para a Diocese de Roma (...) Esperamos
especialmente a força interior para cumprir o voto que fizeram os romanos
naquele 4 de junho de 1944”. Acrescentou que “também hoje é necessária a
conversão a Deus”, para o mundo se ver livre das guerras e do terrorismo. E
concluiu: “Queridos irmãos e irmãs, neste santuário renovo o convite que fiz na
encíclica Deus caritas est: Vivamos o amor e assim façamos entrar a luz de Deus
no mundo”.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DO DIVINO AMOR
Ó Maria, Virgem Imaculada,
mãe de Deus e nossa, ó Mãe do Divino Amor, a ti elevamos as nossas suplicas
esperando alcançar as graças que necessitamos.
Tu que mereceste a saudação: "Cheia de graça", tudo nos podes alcançar. Sim, ó Maria, realmente és cheia de graça, porque o Espirito Santo, Teu celestial Esposo, com seu Divino Amor, fez em ti a sua morada: desde o momento da concepção preservou-Te de toda culpa e Te conservou imaculada. De novo retornou a Ti no dia da Anunciação, fazendo de Ti a Mãe; no dia de Pentecoste, pousou sobre Ti com seus sete dons e Te fez guardiã e fonte das divinas graças.
Tu que mereceste a saudação: "Cheia de graça", tudo nos podes alcançar. Sim, ó Maria, realmente és cheia de graça, porque o Espirito Santo, Teu celestial Esposo, com seu Divino Amor, fez em ti a sua morada: desde o momento da concepção preservou-Te de toda culpa e Te conservou imaculada. De novo retornou a Ti no dia da Anunciação, fazendo de Ti a Mãe; no dia de Pentecoste, pousou sobre Ti com seus sete dons e Te fez guardiã e fonte das divinas graças.
Eia pois, ó doce Mãe do Divino Amor, as nossas suplicas: concede a paz ao mundo, faz triunfar o teu amor, protege o Papa, reúne na unidade perfeita todos os cristãos, ilumina com a luz do Evangelho todos os que ainda não creem, converte os pecadores, dá-nos a coragem do arrependimento constante e força para vencer as tentações, ilumina a nossa mente para seguirmos sempre o caminho do bem, e finalmente, quando Deus nos chamar abre-nos as portas do céu.
E enquanto gememos e choramos neste vale de lágrimas, socorre-nos em nossas necessidades e conserva em nós o amor diante dos inevitáveis sofrimentos da vida. Cura ó Mãe das graças as nossas enfermidades. Concede a saúde aos teus devotos, liberta ó Maria, das penas do purgatório os fiéis defuntos, especialmente os que foram recomendados às orações do Santuário e as vítimas das guerras. Olha com materna bondade e protege as obras do Divino Amor. E a nós, teus filhos, concede-nos ó doce Mãe louvar-te sempre. Que nosso coração arda sempre do amor de Deus nesta vida para gozar eternamente contigo no céu. Amém.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO DIVINO AMOR EM IRAJÁ-RJ
Colaboradores:
Site: http://mariasegundojoaoscladias.blogspot.com.br/
Site: http://www.aveluz.com/oracoes/divino_amor.htm
http://peregrinadosilencio.blogspot.com.br/2010/05/mae-do-divino-amor.html
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