quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

NOSSA SENHORA DE BELÉM

COMEMORAÇÃO LITÚRGICA: 2 DE FEVEREIRO

Tendo nascido Jesus em Belém de Judá, a pequena cidade tornou-se conhecida e famosa no mundo inteiro, exatamente por ter sido ali o berço do Salvador da humanidade. Para o local do nascimento acorreram os pastores, ao anúncio do anjo: “eis que eu vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo, nasceu-vos hoje o Salvador”. E os pastores disseram: “Vamos até Belém, e vejamos o que aconteceu, e o que o Senhor nos deu a conhecer”.

Os magos do Oriente, orientados pela estrela chegaram a Belém. Lá encontraram o recém-nascido, sua mãe Maria e José, e o adoraram… (Cf. Mt 2; Lc 2). A partir daí Belém tornou-se lugar de peregrinação. No final do III e começo do IV século, com as grandes peregrinações aos lugares santos, Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, manda conservar os lugares mais importantes da vida de Jesus e de Maria, isto já nos anos 330.

Assim são construídas as Basílicas do Santo Sepulcro, em Jerusalém; da Anunciação, em Nazaré; da Natividade, em Belém. E para reviver estes acontecimentos nascem as festas e celebrações anuais, como do anuncio, do nascimento, da apresentação de Jesus no Templo… As celebrações do Oriente chegam também ao Ocidente. Assim, em Roma, já no século IV, no dia 2 de fevereiro celebrava-se a festa da “Purificação de Nossa Senhora” ou da “Apresentação de Jesus no Templo”. No século VI estendeu-se para outros países, como a França, com um caráter penitencial e com uma benção e a procissão das velas, passando a ser conhecida popularmente como Nossa Senhora das Candeias.

Assim, comemorava-se o trajeto de Nossa Senhora, com o menino Jesus e São José até o Templo. Já no começo da era cristã, os cristãos comemoravam este fato fazendo uma procissão e levando velas acesas nas mãos. A Idade Média foi marcada por muitas peregrinações à Terra Santa. Religiosos e peregrinos que visitaram a Terra Santa, devido a uma imagem bizantina da Virgem Santíssima conhecida como Santa Maria de Belém trouxeram esta devoção que se espalhou pela Europa, chegando também a Portugal.

No início do século XV, o infante D. Henrique, fundador da Escola de Sagres e grande incentivador das navegações portuguesas, mandou construir na praia de Rastelo, em Lisboa, uma igreja dedicada a Santa Maria de Belém. Foi construída também a Torre de Belém, às margens do rio Tejo. Dizia ele que, assim como a estrela de Belém guiou os Reis Magos até a manjedoura onde se achava o Menino Deus, assim também a Senhora de Belém ajudaria a encontrar novas terras e o caminho para as Índias.

Trazida para o Brasil por Cabral, para os  primeiros povoadores, esta invocação da Mãe de Jesus teve muitos devotos e devotas em todo o território nacional, especialmente em Itatiba – São Paulo; em Belém – no Pará; em Guarapuava – Paraná. Em 1809, parte de Curitiba a Expedição colonizadora de Guarapuava, tendo à sua frente o Coronel Diogo Pinto de Azevedo Portugal, o Padre Francisco das Chagas Lima e, mais ou menos 300 pessoas.

A busca de novos horizontes tinha também como objetivo propagar a fé. Em 1497, na pequena ermida de Rastelo, antes de seguir à procura das Índias, Vasco da Gama passou a noite em oração e assistiu a Santa Missa.

A viagem foi um sucesso. Em agradecimento à proteção da Soberana dos Mares, el-rei D. Manoel transformou a humilde capela de Santa Maria de Belém no grande mosteiro conhecido como “Os Jerônimos”. Nossa Senhora é a “Estrela do Mar”, Nossa Senhora dos Navegantes. Pedro Álvares Cabral, antes de iniciar sua viagem de descobrimento, na mesma igreja de Santa Maria de Belém, assistiu a Santa Missa e seguia em procissão com o rei até o cais, onde a frota estava pronta para zarpar.

Atendendo ao pedido que Maria nos faz continuamente: “Fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser”. “Deus, fonte e origem de tudo; Jesus, luz que ilumina as nações; Nossa Senhora de Belém, fazei que, seguindo o caminho da virtude, cheguemos à luz que não se apaga. Amém”.



FONTE:
Pe. José de Paulo Bessa – Pároco da paróquia Bom Jesus – Guarapuava e professor universitário. Artigo publicado originalmente em janeiro de 2006, na edição 327 do Boletim Diocesano. (Com adaptações).







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