NOSSA SENHORA DE LAUS - REFÚGIO DOS PECADORES
Apelo à frequência aos sacramentos
Nada mais importante do que acertar nossas contas com
Deus durante a vida. A história ocorrida em Saint Etienne de Laus patenteia
como a Virgem Santíssima nos incita à frequência aos sacramentos.
Muitas vezes, pessoas com má formação religiosa,
que não precisam da Igreja e se arranjam diretamente com Deus, sem necessidade
de intermediários. Em muitas delas, essa posição resulta do orgulho: por um
lado julgam-se muito valiosas, podendo dispensar intermediários para tratar com
Deus; por outro entra a ignorância da majestade de Deus que, estabelecendo a
Igreja, determinou que todos os homens precisassem dela para receber os
sacramentos. Os sacramentos são de tal importância, que a própria Virgem
Santíssima tem aparecido em locais remotos, estimulando as pessoas a que os
frequentem. E algumas aparições se deram em locais minúsculos como Laus, na
França.
ALDEIA DE OITO CASAS
Vista
panorâmica de Saint Etienne de Laus
Saint Etienne de Laus fica localizada no sul da França.
Ainda hoje tem poucas edificações, mas em 1664 era praticamente deserta. Para
isso haviam contribuído as guerras de religião, que devastaram a região e
destruíram casas, moinhos, estradas, igrejas, etc. Basta pensar que, das 190
igrejas da região, 120 ficaram inutilizadas. Como acontece habitualmente, com a
guerra veio a pobreza. E a família de Benta Rencurel, a menina a quem Nossa
Senhora apareceu, era realmente pobre. Aos 17 anos ela cuidava dos animais da
família, não sabia ler nem escrever. Era muito simples, residindo próximo à
aldeia.
Em maio de 1664 ela cuidava do seu rebanho, quando viu no
prado uma Senhora com seu filho. Fez-lhe uma pergunta, mas não obteve resposta.
Disse ainda algumas coisas, mas não conseguiu fazê-la falar. Não se importou
muito, pois sentia-se à vontade na sua companhia. No dia seguinte, lá estava a
mesma Senhora. Novo intento de iniciar conversação, e nada. Isso prosseguiu
assim por mais dois meses, mas Benta não desanimou. Afinal a Virgem começou a
lhe falar. Durante mais dois meses, diariamente Ela ensinava Benta a rezar, a
ser paciente, a desapegar-se das coisas, etc.
No dia 29 de agosto, Nossa Senhora disse que ia se
retirar. Benta ficou desolada, sem saber o que fazer, mas após um mês viu uma
luz brilhar na colina diante da qual se encontrava. Indo lá, encontrou Nossa Senhora
e queixou-se a Ela por ter-se ausentado tanto tempo. Atitude impertinente, até
certo ponto compreensível numa simples pastorinha, mas Nossa Senhora lhe
respondeu com suavidade: “Quando quiser me ver, daqui para frente, poderá
fazê-lo na capela que está em Laus, onde cheira bem”.
A frase pode parecer exótica, pois não seria nada normal
reconhecer uma capela pelo fato de que “cheira bem”. Acontece que, apesar de
Laus ficar perto do prado onde Benta cuidava dos seus animais, ela nunca tinha
ido lá, por ser o caminho de acesso difícil. Além disso a capela local não era
grande, parecendo uma casa como as outras.
CAPELA QUE CHEIRA BEM
A
pequena capela semi-abandonada, dedicada
a Nossa Senhora do Bom Reencontro,
onde Ela
apareceu a Benta sobre o altar poeirento
No dia seguinte Benta foi a Laus. No sentido mais literal
da palavra, como boa camponesa, cheirava de casa em casa para descobrir a tal
capela. As casas não ficavam uma ao lado da outra, e ao aproximar-se de uma
última construção, notou que ali de fato cheirava bem.
Avental
de Benta para os pés da Virgem
Entrando, viu sobre o altar a Senhora, e esta lhe disse
que tinha feito bem, ao ser paciente e procurar a capela. O altar estava
coberto de poeira, e Benta ofereceu seu avental para que a Virgem ficasse sobre
ele. Mas Ela agradeceu e não aceitou, acrescentando: “Em pouco tempo nada
faltará, e você verá toalhas de altar, velas e outros ornamentos. Quero que
você faça construir aqui uma igreja em honra de meu Filho. Muitos pecadores e
pecadoras aqui se converterão”.
NOSSA SENHORA DE LAUS
ALTAR - INTERIOR DO SANTUÁRIO
NOSSA SENHORA DE LAUS
SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE LAUS
Como os leitores bem podem imaginar, num local tão
pequeno as notícias do acontecido correram rapidamente. Mas muitas pessoas não
acreditaram e as autoridades ordenaram uma investigação para constatar se algo
havia de verdadeiro no que Benta estava contando.
Em setembro de 1665 começou a investigação. Os membros da
comissão, sacerdotes experimentados, inicialmente duvidaram de Benta.
Faziam-lhe todo tipo de perguntas escorregadias, mas ela se saiu bem. No quinto
dia aconteceu um milagre: Catarina Vial, menina da localidade, inválida das
duas pernas, levantou-se e foi caminhando até a capela, para a missa. Diante de
milagre tão evidente, o resultado da investigação foi favorável. O passo
seguinte era ampliar a capela, ou melhor, construir a nova igreja, conforme o
pedido da Virgem. Na capela só cabiam trinta pessoas, o que se agravava por já
começarem a chegar peregrinações de outros vilarejos.
Após o início das peregrinações, há relatos de numerosas
curas espirituais e morais.
Como a região era pobre, para construir a nova igreja não
havia recursos. De forma que se estabeleceu o costume de cada um que fosse em
peregrinação levar uma pedra. Assim, com pouco dinheiro e boa vontade, acabaram
fazendo tudo. O bom senso das pessoas do campo levou-as a não demolir a pequena
capela para fazer a igreja, mas fizeram esta englobando aquela.
Assim como Benta reconheceu pelo perfume onde estava a
capela, houve depois numerosas oportunidades em que grupos de pessoas sentiam
um perfume desconhecido. Por exemplo, em 1690, de 24 de março até o fim de
maio, as pessoas o sentiam, sendo que as flores tinham sido banidas da igreja,
justamente para evitar confusões.
PROVAÇÃO E RECOMPENSA
Mas não pensemos que tudo correu sempre bem para Benta
Rencurel. Em julho de 1692 estourou uma guerra, e o exército do duque de Savóia
devastou a região. Benta, como a maioria da população, fugiu durante algum
tempo. Ao voltar, tudo estava danificado. Pior ainda, dois dos bons padres que
cuidavam da nova igreja haviam morrido. O bispo local nomeou dois novos padres,
mas estes eram contra as peregrinações. Chegaram até a proibir, durante 15
anos, que Benta falasse aos peregrinos, os quais só podiam assistir à Missa
dominical. Como se fosse pouco, alastrou-se uma epidemia de falsas aparições na
região, cada uma mais ridícula que a outra, à maneira das falsas aparições que
hoje em dia procuram desvirtuar Fátima. O desprestígio caiu também sobre Benta.
Afinal ela superou todas essas provas, e a calma e a ordem voltaram a reinar.
Benta viveu 71 anos, falecendo no dia 28 de dezembro de
1718 em odor de santidade. As aparições foram aprovadas pela Igreja, e no dia
23 de maio de 1855 teve lugar a solene coroação da imagem, realizada pelo
cardeal de Bordeaux, com seis bispos, 600 padres e 40.000 fiéis presentes.
APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA A Benta Rencurel, EM LAUS
Chama a atenção a preocupação de Nossa Senhora com a
falta de assistência religiosa numa tão pequena população. Não é que as pessoas
do local fossem atéias ou pouco religiosas, pois o fato de terem respondido com
entusiasmo ao pedido da Virgem Santíssima para construir uma igreja mostra o
contrário. Mas não basta ter boa vontade e praticar a religião sozinho, os
sacramentos são indispensáveis. Nessa aparição, Nossa Senhora mostra que eles
devem ser recebidos por todos, mesmo que residam em locais minúsculos, de
pequena população. Devemos rezar à Virgem, pedindo que nos dê sempre a graça de
receber com freqüência os sacramentos, e pedir também que todos os possam
receber.
FONTE:
Diversos sites da internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário. Nosso blog é atualizado diariamente. Volte sempre!