SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DAS DORES
O Santuário Nossa Senhoras das Dores, em Juazeiro do Norte recebe, durante todo o ano, e em especial na festa Nossa Senhora das Dores, que ocorre de 1º a 15 de setembro, milhares de fiéis (romeiros) que vão homenagear a Mãe das Dores, agradecer pelas bênçãos recebidas e pedir graça, curas e mais bênçãos.
Procissão de N. Senhora das Dores
A Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores foi construída em 1875 pelo Padre Cícero Romão Batista e
fica situada na Rua Padre Cícero, 147, sendo a paróquia da Padroeira de
Juazeiro do Norte e conhecida pelos romeiros como a Igreja Matriz de Nossa
Senhora das Dores. Trata-se de um dos pontos de grande visitação no município
em cujo altar-mor está uma imagem da Mãe de Deus esculpida em Paris e trazida
por Padre Cícero na sua viagem à Europa. Foi nesse templo onde ocorreu o
primeiro milagre da transformação da hóstia em sangue na boca da Beata Maria de
Araújo, no dia 1º de março de 1889. No seu entorno está a Praça dos Romeiros,
onde ocorrem grandes concentrações de fiéis.
Bendito de romaria: MARIA VALEI-ME
Bendito: A Luz que mais alumeia
Despedida dos romeiros
Breve histórico do Santuário
Por: Renato Casimiro
De Capelinha à Igreja Matriz da Mãe das Dores
O primeiro templo católico da vila do Juazeiro foi a
Capela de Nossa Senhora das Dores, cuja pedra fundamental foi assentada em
15.09.1827
Os senhores donos das terras do antigo Tabuleiro Grande,
brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, e sua mulher Rosa Josefa do Sacramento,
entregaram-na para zelo e serviços, ao seu neto, o Pe. Pedro Ribeiro da Silva,
como primeiro capelão. A este seriam sucessores: Pe. Luiz Barbosa, Pe. Antonio
de Almeida, Pe. Joaquim Coelho e Pe. Pedro Ferreira de Melo.
Pe. Cícero Romão Baptista foi o sexto capelão
provisionado, a partir de 11.04.1872. Já em 1873, Pe. Cícero percebeu que a
capelinha era muito pequena e inadequada para a vila. Decidiu, então, começar a
construção de uma outra, muito maior, sob a mesma invocação de Nossa Senhora
das Dores, nas proximidades, em local privilegiado da villa, então com umas 32
casas. Esta primeira igreja começou a ser construída em 1875. Os rigores da
seca de 77 interromperam as obras que, somente parcialmente, foram conclusas em
1884.
Naquele 19 de agosto, o então bispo do Ceará, D. Joaquim
José Vieira, em visita pastoral ao Cariri, foi pessoalmente sagrar o altar. Até
1905 ainda restariam obras finais com a conclusão da segunda torre. Pe. Cícero
continuou o seu trabalho de missionário até 1892, quando então foi suspenso de
ordens, motivado pelas censuras impostas pela Sagrada Congregação do Santo
Ofício, por seu envolvimento com a chamada Questão Religiosa de Juazeiro.
Daí por diante, a igreja de Juazeiro passou a ser cuidada
pelos párocos de Crato, até que, em 21 de janeiro de 1917, o primeiro bispo da
Diocese, D. Quintino, criou a freguesia de juazeiro, nomeando seu primeiro
vigário, Pe. Pedro Esmeraldo. Por volta de 1920, começaram a ser notados os
sinais de desmoronamento de uma das duas torres da igreja. Com muita
dificuldade, o que causou a substituição do vigário Pe. Esmeraldo por Pe.
Macedo, a fisionomia da igreja foi profundamente alterada para o que hoje é sua
imagem, numa reforma que Pe. Macedinho realizou em 1923.
No paroquiato de Mons. Lima empreenderam-se novas transformações internas na
igreja, concluindo-as entre 1928 e 1932. Já no longo período de Pe. Murilo de
Sá Barreto, uma quase tragédia acontecia em 3 de outubro de 1974. Uma das
velhas colunas da obra realizada pelo Pe. Cícero não resistiu ao tempo e boa
parte do teto da igreja ruiu, sem vítimas a lamentar.
Na celebração do centenário da igreja, em 15.09.1975 foi
feita a festiva comemoração e inauguração desta reforma. Ainda sob o paroquiato
de Mons. Murilo, outras reformas foram realizadas, como a elevação do plano do
altar, a restauração do altar-mor à sua configuração primitiva, a Capela do
Encontro, o altar externo, uma réplica da capelinha de 1827, centro de
informações aos romeiros, além de ampla reforma da infraestrutura e permanente
atualização de suas instalações.
Elevação da Paróquia-Matriz à condição de Santuário
Diocesano
Foi em meio a um clima contagiante de participação
popular, envolvidos nas pastorais de romaria, do dízimo, familiar, do idoso, da
infância missionária, do batismo, da catequese e da realização das santas
missões populares que a igreja chegou e vive a sua designação de Santuário.
Na sua carta Pastoral de 02.02.2003, Romarias e
Reconciliação, ao comunicar a elevação da Paróquia-Matriz à condição de
Santuário Diocesano, D. Fernando Panico assim se referiu: “A Igreja Matriz da
Mãe das Dores, em Juazeiro do Norte, lugar de veneranda celebração de todos os
romeiros e romeiras do Nordeste, é agora elevada à dignidade de Santuário
Diocesano. Acalentava também a esperança de comunicar solenemente nestes dias,
Festa de Nossa Senhora das Candeias, o decreto pontifício da concessão do
título de Basílica Menor à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, por mim já
solicitado à Santa Sé em novembro passado. Infelizmente, tal decreto ainda não
chegou de Roma.”
Talvez por isto, o pré-anúncio feito por D. Fernando, de
que revelaria nesta data “o maior fato histórico deste século para todo o
Cariri”, a elevação do Santuário Diocesano tenha merecido esta ampla
especulação, até que viessem surgir as primeiras informações tornadas públicas
pela administração do Santuário Diocesano de Juazeiro do Norte.
Como vimos, a crônica da cidade nos indica, com grande
precisão, que este caminho teve um longo curso, de uns 181 anos. Chegamos hoje
a esta consagração que demonstra, a todos nós, e em especial à Cúria Romana, o
grande merecimento da fé e da religiosidade do romeiro destes sertões.
Título de Basílica Menor
A capelinha dos tempos do Pe. Cícero Romão Batista
ergue-se, hoje, imponente em nossos corações, transmutada por esta dignidade de
Basílica Menor, que não deve ser vista apenas como ato generoso, ou formal, da
hierarquia. Ela é, antes disto, uma conquista deste povo, fiel a uma devoção a
nossa Mãe das Dores, o pleno socorro espiritual de sua gente. Juazeiro é
Basílica Menor, designação com a qual poderá passar a se chamar, daqui por
diante, de Basílica Menor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Dores.
No Brasil existem, atualmente, 50 Basílicas Menores. A
primeira foi consagrada, há 100 anos, a Nossa Senhora Aparecida (Padroeira do
Brasil), e está em Aparecida (SP). A última foi a Basílica Menor do Santuário
do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), em 18.11.2006.
No Estado do Ceará, Juazeiro do Norte será a segunda
concessão pontifícia. Anteriormente foi elevado o Santuário de São Francisco
das Chagas (Canindé). É esta a primeira oportunidade em que uma Basílica
no Brasil será dedicada em honra de Nossa Senhora das Dores.
Não se pode deixar de lembrar que esta concessão é parte
de uma longa caminhada deste povo. Não só na objetividade de questões muito
práticas, formuladas para uma pauta de relacionamento com a Sé de Roma, como a
iniciativa de reabilitação, com a reabertura dos arquivos e de um processo
instaurado a partir do século 19, e que vivem necessitando de atenções para as
frequentes, por vezes oportunas, ou inoportunas, insinuações de processos de
beatificação ou canonização de Pe. Cícero Romão Batista.
Mas, antes de qualquer sentimento mais imediato, a
elevação do Santuário à condição de Basílica Menor, realizada em 15 de setembro
de 2008, é uma grande oportunidade para uma maior aproximação da Igreja com a
grande nação romeira. Como o aparecimento das Basílicas evocou o fim das
terríveis perseguições movidas contra os cristãos, não é menos verdadeiro que
esta nova, à sombra de generosos juazeiros seja também o refúgio e a fortaleza,
centro de encontro e de comunhão fraterna entre os que acreditam na expansão e
na grandeza do Reino.
FOTOS
FONTE:
http://maedasdoresjuazeiro.com/
http://google.com.br
http://youtube.com
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