segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO

Comemoração Litúrgica: 21 de novembro





No dia 21 de novembro comemoramos a  apresentação da Virgem Maria, um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Jesus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana. 

Este acontecimento não é retratado na Sagrada Escritura, mas é fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao acompanhada por um grande número de meninas que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos. 
Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José.

A Apresentação de Nossa Senhora encerra dois sacrifícios: A dos pais e da menina Maria. Diz a  lenda que Joaquim e Ana ofereceram a Deus a filhinha no templo, quando esta tinha três anos. Sem dúvida, foi para estas santas pessoas um sacrifício muito grande separar-se da filhinha que se achava numa  idade em que não há pais  que queiram confiar  os filhos a mãos  estranhas. Três anos  é a idade em  que a criança já recompensa de  algum modo os  trabalhos e sacrifícios dos pais, formulando palavras e fazendo já exercícios mentais  que encantam e divertem, dando ao mesmo tempo provas de gratidão e  amor  filiais.  São Joaquim e Santa Ana não teriam experimentado o sacrifício em toda a sua amargura? O coração dos  amorosos pais  não teria sentido a dor da separação?  Que foi que os levou a  fazer tal sacrifício?  A lenda fala de um voto que tinham feito. Votos desta natureza não eram raros no  Antigo testamento. As crianças  eram educadas em colégios  anexos ao templo, e ajudavam nos múltiplos serviços e  funções da casa de Deus.  Não erramos em supor que Joaquim e Ana, quando levaram a filhinha ao templo, fizeram-no por inspiração sobrenatural, querendo Deus que sua futura esposa e mãe recebesse uma educação e  instrução esmeradíssima.

Grande era o sacrifício de Maria. Não resta dúvida que para Maria, a criança entre todas as  mais privilegiada, a cerimônia da  apresentação significava mais que a entrada no colégio do templo. Maria reconhecia em tudo uma solene  consagração da  vida a Deus, a oferta de  si mesma ao Supremo Senhor. O sacrifício que oferecia, era a oferta das primícias, e as primícias, por mais insignificantes que sejam,  são preciosas  por serem uma demonstração da generosidade do ofertante, e uma homenagem a quem as recebe.  Maria ofereceu-se sem reserva, para sempre,  com contentamento e júbilo. O que o salmista cantou, cheio de  entusiasmo, traduziu-se na alma da bem-aventurada menina:  “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e  desfalece pelos  átrios do Senhor” .  E entrarei junto ao altar de  Deus;  do Deus que alegra a minha mocidade.

Que espírito, tanto nos santos pais como na santa menina!  Que espetáculo para o céu e para os homens! O que encanta a  Deus e lhe atrai a  graça, em toda a plenitude edifica e enleva a  todos que se ocupam deste mistério na vida de Nossa Senhora. Poderá haver coisa mais bela que a piedade, o desprendimento completo no serviço do Senhor?

A vida de Maria Santíssima no templo foi a  mais santa, a mais perfeita que se pode imaginar. O templo era a  casa de Deus e  na proximidade de  Deus se  sentia bem a bela alma em flor.  O passarinho acha casa para si e a rôla ninho nos altares do Senhor dos Exércitos, onde um dia é melhor que mil nas tendas dos pecadores” .  Santo era o lugar onde Maria vivia. Era o templo onde os antepassados tinham feito orações, celebrado as festas; era o templo onde se achava o santuário do Antigo testamento, a arca, o trono de Deus no meio do povo;  era  o templo afinal, de  que as profecias  diziam que o Messias nele devia fazer entrada.

O Divino Espírito Santo lapidou o coração e  o espírito da esposa, mais do que qualquer  outra  criatura. Maria poderia aplicar a  si as palavras contidas no Eclesiástico:  “Quando ainda era pequena, procurei a sabedoria na oração. Na entrada do templo instava por ela... Ela floresceu como uma nova temporã. Meu coração nela se alegrou e desde a mocidade procurei seguir-lhe o rastro”.

É de admirar que Maria, assim amparada pelos cuidados humanos e divinos, progredisse de virtude em virtude?  De Nosso Senhor o Evangelho constata diversas vezes esta circunstância.  Como Jesus, também Maria cresceu em graça e  sabedoria diante de Deus e dos homens. Este crescimento a  Igreja contempla-o em imagens  grandiosas traçadas no Livro do Eclesiástico:Sou  exaltada qual cedro no Líbano, e qual cipreste no monte Sião. Sou exaltada qual palma em Cedes e como rosais em Jericó. Qual oliveira especiosa nos campos e  qual plátano, sou exaltada junto da água nas praças. Assim como o cinamomo e o bálsamo que difundem cheiro, exalei fragrância; como a  mirra escolhida derramei odor de suavidade na minha habitação;  como uma vide, lancei flores de um agradável perfume e as  minhas flores são frutos de honra e de  honestidade”.  Nunca houve mocidade tão santa e  esplendorosa como a  de Maria Santíssima. Outra não poderia ser, devendo Maria preparar-se para a realização do mistério dos mistérios;  da Encarnação do Verbo Eterno. 

Também a Virgem Santíssima apresenta seu filho no tempo, sinal da total entrega do Divino Filho ao Pai Eterno.

E a cada dia a Virgem Mãe nos apresenta seu Divino Filho.


Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo, ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo Papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avingnon, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732. 

Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.




Oração a Nossa Senhora da Apresentação

Minha boa Mãe do Céu,
Nossa Senhora da Apresentação
que, aos três anos subiste
as escadarias do Templo
para vos consagrardes inteiramente a Deus,
praticando assim o ato de religião
o mais agradável ao Senhor,
seja-vos também agradável,
a nossa homenagem,
a nossa consagração.
Consagrastes ao Senhor,
ó Rainha do Céu,
o vosso espírito e vosso coração,
em flor de infância,
o vosso corpo e todas as potências do vosso ser
pelo sacrifício total,
o mais generoso e desinteressado,
pela mais solene imolação
que o mundo já viu,
antes da imolação do Calvário.
s, aqui na terra de exílio,
unimos aos espíritos celestes
que assistiram a esta augura cerimônia
que é como prelúdio de todas as vossas festas
e com eles e todos os santos
cantamos as glórias
da vossa Apresentação benditíssima.
Amém.



Referência Bibliográfica:
http://www.cademeusanto.com.br
http://www.paginaoriente.com/
www.google.com.br
www.youtube.com
http://sempresosmaria.blogspot.com.br/
http://oracoesdaigrejacatolica.blogspot.com.br/
Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.



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