domingo, 27 de novembro de 2016



 NOSSA SENHORA DA BONANÇA

 
História de NOSSA SENHORA DA BONANÇA
O fio condutor desta nossa história começa no promontório de Montedor (um dos quatro lugares da freguesia de Carreço, no concelho de Viana do Castelo, em Portugal) onde encontramos um antigo e pequeno núcleo de pescadores/lavradores, que tinha uma devoção particular a Nossa Senhora da Bonança e cuja imagem era venerada na sua igreja paroquial.

A importância desta devoção era tão significativa que, foi constituída uma Confraria, cujos Estatutos remontam ao ano de 1727. Era uma Confraria pública de fiéis, com obrigações pias em favor dos irmãos falecidos e ao culto a prestar à Senhora da Bonança.

Mais recente, mas com maior projeção, estabelecia- se em meados do séc. XIX uma comunidade genuína de pescadores no Portinho Ancorense, com origem num primeiro assentamento de galegos de A Guardia, que povoaram o rudimentar varadouro numa reentrância da costa.
O regime de nortadas (tipo de vento frio na costa ocidental da Europa que sopra de noroeste) peculiar nesta zona geográfica, empurrava muitas vezes as pequenas embarcações Ancorenses, movidas a remos e vela latina, para sotavento (direção contrária da qual sopra o vento) do Portinho obrigando-as a arribar (chegar em uma região para nela permanecer algum tempo), não com tão pouca frequência, a Montedor. Também registamos a permanência sazonal de gamelas (embarcações a vela) Ancorenses no portinho de Carreço.

FAROL DE MONTEDOR
Desta relação com Montedor e os seus pescadores/lavradores, também os Ancorenses aprenderam a venerar a Senhora da Bonança tornando- se, até, alguns deles irmãos da sua Confraria.

E, assim, todos os anos, no segundo domingo de Maio – data da Sua festa – os pescadores Ancorenses e suas famílias dirigiam-se em peregrinação a Carreço para venerar a Virgem Senhora da Bonança e pagar as suas promessas.

PROCISSÃO FLUVIAL DE NOSSA SENHORA DA BONANÇA

Foi neste contexto de peregrinar a Carreço por ocasião da festa, que se dá um episódio decisivo para a deslocação desta devoção para Vila Praia de Âncora, na época, Gontinhães.

IGREJA MATRIZ DA VILA PRAIA DE ÂNCORA

É de tradição oral, que um emigrante bem sucedido no Brasil a passar uma temporada na sua terra natal, resolveu escarnecer da crença dos pescadores Ancorenses e da peregrinação que faziam à Senhora da Bonança. Escusado será dizer da reação dos pescadores, que não se intimidaram só porque a pessoa em questão era abastada. Levou bem que contar como é fácil deduzir.
Porém, imperativos dos seus negócios e propriedades no Brasil, levaram o nosso brasileiro – português destas bandas de volta aquele país. Na viagem de regresso, o navio foi surpreendido por uma violenta tempestade tropical e só milagrosamente não se afundou. No meio dos gritos aflitos da tripulação e dos passageiros e, lembrado da fé dos pescadores Ancorenses à Senhora da Bonança, suplicou que se se salvasse ofereceria a venerada imagem aos pescadores de quem tinha escarnecido.
 
PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DA BONANÇA

E, assim aconteceu. A imagem chegou a Vila Praia de Âncora pela primeira vez em painel pintado, sendo adquirida depois uma pequenina réplica da imagem de Carreço e colocada num altar oferecido pelos pescadores em 1893 na capela de Nossa Senhora das Necessidades.
A primeira festa à Senhora da Bonança em Vila Praia de Âncora foi realizada em 1887, no segundo domingo de Setembro, dia 11. Aurora Botão Rego diz – citando a notícia de um jornal da época - que a primeira festa se realizou em 1883, (sic) não provando, todavia, a sua continuidade. O certo é que desde 188 , se regista a realização da festa ininterruptamente e, por essa razão, o centenário foi comemorado em 1987.

VILA PRAIA DE ÃNCORA

Em paralelo com Carreço, mas com sinal distintivo, os pescadores Ancorenses estabeleceram o 2º Domingo de Setembro como data da realização da festa considerando-se, todavia, o dia 8 de Setembro – solenidade litúrgica da Natividade de Nossa Senhora – o seu dia de referência. Do mesmo modo e, também, com marca própria, criaram uma Confraria – a Associação de Nossa Senhora da Bonança – com obrigações pias e preocupações sociais, tendo adquirido para o efeito o ainda hoje denominado Barracão da Senhora da Bonança existente no sítio do Portinho. Trata-se de uma Associação privada de fiéis e, por força desta particularidade canônica, (associação privada) se rege pelos seus Estatutos que foram aprovados em assembleia geral no dia 22 de Dezembro de 1928, tendo como órgão deliberativo a Assembleia Geral e o órgão executivo, a Mesa ou Direção.


Esta devoção marcou profundamente a história dos pescadores de Vila da Praia de Âncora, onde continua a ser uma referência incontornável para a classe e para esta vila marítima, que é identificada - por muitos que a sua festa todos os anos atrai -, como a terra da Senhora da Bonança.
 

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BONANÇA - 
VILA PRAIA DE ÂNCORA




FONTE:
Blog Voz Ancorense;
Site  Wikipedia;
Site Google;
Site Youtube.








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