sábado, 7 de janeiro de 2017

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA



A Península de Tróia fica em frente à cidade de Setúbal, em Portugal, nessa região é homenageada a Mãe de Deus sob o título de Nossa Senhora do Rosário de Tróia. 

PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA


Dizem que a imagem de Nossa Senhora de Tróia foi encontrada enrolada na areia e foi apanhada por um pescador, que juntamente com os seus camaradas lhe construíram uma pequena capela. Supõe-se que o aparecimento desta imagem na praia, deve-se a qualquer naufrágio que se tivesse dado na costa, pois os navios que faziam longas viagens traziam sempre a bordo a imagem de uma Santa e, como esta foi encontrada em Tróia, daí o nome de Nossa Senhora da Tróia.

FIÉIS ACOMPANHANDO POR TERRA A PROCISSÃO MARÍTIMA

Mas tudo isto data de muitos anos atrás, pois que se sabe que nos finais do século XVI, já existia a capela de Nossa Senhora de Tróia, realizando-se nessa altura duas festas, em Agosto todos os anos, sendo uma de camponeses, e outra de marítimos. E foi por ordem de D. João V, que ali foi colocado um capelão para que pudesse dizer a missa.

PROCISSÃO MARÍTIMA

Esta Imagem foi transferida da sua ermida junta às ruínas de Cetóbriga em 1853 para Setúbal ficando na igreja da Boa-Morte (que hoje já não existe) onde esteve durante 45 anos, até se fazer a atual capelinha que se encontra ainda na Caldeira da Tróia, desde 1898, começando a realizar-se as festas e procissões em honra de Nossa Senhora da Tróia a partir de 1946.
CAPELA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA

Todos os anos temos a tradicional e antiga procissão pelo mar trazendo a imagem de Nossa Senhora da Tróia em frente à fortaleza também ela secular, que desde o ano de 1900 foi doada pela Rainha D. Amélia para ser transformada em Sanatório do Outão, com o fim de receber crianças doentes.

Atualmente funciona lá o Hospital Ortopédico de Sant’iago do Outão. Façamos votos para que as boas vontades continuem todos os anos por esta altura, para que Nossa Senhora da Tróia vá pelo mar (de onde ela veio segundo história ou lenda) para abençoar seus filhos.
 



Um pouco MAIS de história... 

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA


São vários os documentos que se referem a uma capela ou a festas na Península de Tróia..

Pedro de Azevedo, na revista O Arqueólogo Português, de 1897, fala da existência de um ermitão – e, portanto, de uma ermida – em Tróia, em 1482, baseado num documento da chancelaria de D. João II. Quer isto dizer que a festa já era celebrada há mais de 500 anos... Como prova histórica de tudo isto, existe ainda a porta que separa as duas pequenas sacristias da capela actual, num gótico tardio de finais do século XV e que certamente integrava a capelucha de então.

A visitação da Ermida de Nossa Senhora de Tróia, de 1510, feita pela Ordem de Santiago (Fundação Gulbenkian, 1969) fala do recheio e de alfaias da capela (bastante volumoso) e do abandono em que caíra a mesma capela, nessa altura, consequentemente, há cinco séculos. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, fundamentando-se em André de Resende, no seu De Antiquitatibus Lusitanaiae, afirma que já existia a capela nos finais do século XVI, em que se celebrava a festa de Santa Maria de Tróia. Esta referência indica-nos que estas festas foram sempre dirigidas a Nossa Senhora, mas com invocações diferentes, de século para século.

Pinho Leal, em Portugal Antigo e Moderno, também aponta para finais do século XVI a fundação da capela. Vê-se que estes dois autores desconheciam as fontes anteriores.

Frei Agostinho de Santa Maria, em Santuário Mariano, de 1707, fala de uma festa a 15 de Agosto na capela de Tróia, feita pelos moradores de Setúbal.

O Pároco de São Sebastião, em Informações Paroquiais, de 1758, cita duas festas em Agosto, celebradas em Tróia, uma de camponeses e outra de marítimos, sob o nome de Nossa Senhora dos Prazeres, sendo ele responsável pela Península de Tróia. O capelão, diz ele, foi colocado ali por D. João V.

M. M. Portela, no Diário Histórico Setubalense, de 1915, fala da trasladação, em 1853, de uma imagem de Nossa Senhora de Tróia para Setúbal, que estava na capela junto das ruínas de Cetóbriga.


O Elmano, de 10 de Setembro de 1898, noticia a reconstrução da capela e o regresso da imagem depois de ter estado 45 anos na capela de Nossa Senhora da Boa Morte. Quer dizer que, entre 1853 e 1898, a capela situada nas ruínas, no mesmo local em que está hoje, esteve degradada. Poucos dias depois, fala da festa de pescadores, presidida pelo pároco de Melides. O jornal O Trabalho refere-se à festa de Tróia, em 1901 e 1902.



Entre 1902 e 1929 escasseiam documentos e a imprensa local é omissa. Este facto – praticamente até 1945 – pode dever-se ao facto de a festa ser feita pelo pároco de Melides, não pertencendo a Setúbal, diz Jaime Pinho, em Entre Urzes e Camarinhas, as festas da Arrábida e de Tróia.


NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA

o entanto, João Afonso Lopes (o "João Sacristão"), homem bem informado e testemunha ocular, afirma que a última vez que a festa foi feita foi em 1928 – tinha ele 14 anos – e que não voltou a fazer-se até que, em 1945, os sacristães da cidade, liderados por ele, retomaram a festa, a 15 de Setembro, presidida pelo padre Nabais, dos Padres do Coração de Maria, organizando eles a festa até 1947. Em 1948 entregaram-na aos pescadores que a têm organizado até aos dias de hoje.



PROCISSÃO NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA

Da capela primitiva do séc. XV resta apenas um arco gótico. Na sacristia existe um ex-voto pintado por F. A. Flamengo no início deste século. A capela só se encontra aberta no mês de Agosto, durante a festa, altura em que se realiza uma procissão.



PROCISSÃO MARÍTIMA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE TRÓIA

FIÉIS SEGUEM EM PROCISSÃO PELAS RUAS DA CIDADE




FONTE:
Blog Senhora da Tróia;
Blog de Setúbal;
Site Google;
Site Wikipédia;
Site Youtube.















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