NOSSA SENHORA DE ARRÁBIDA
A Lenda da devoção a Nossa Senhora de Arrábida
Conta-se que, por volta de 1215, um abastado mercador
inglês, Hildebrant, deixara a pátria à procura de lucros mais avultados que os
que ela lhe proporcionava. Reduziu os seus bens a dinheiro e partiu para
Portugal. Trazia a bordo, numa câmara especial, uma imagem de pedra de Nossa
Senhora, de quem era muito devoto e que na sua família passara de pais para
filhos, sendo considerada a mesma que os religiosos da Ordem de S. Bento
adoraram, no reino de Inglaterra, quando foram mandados doutriná-lo.
Próximo de Lisboa, durante a noite, uma tempestade
imprevista atirou-o para além do cabo Espichel e, em frente da praia de
Alportuche, viu-se perdido no rigor da tormenta. Implorou então a proteção de
Nossa Senhora e, nesse momento, uma luz vivíssima rasgou o negrume da noite, ao
mesmo tempo em que o temporal amainava. Hildebrant procurou agradecer a proteção
recebida, mas verificou que a imagem não se encontrava no navio. Quando amanheceu
os marinheiros desembarcaram e foram procurar o sítio de onde, na serra,
brilhara a luz salvadora, tendo encontrado a imagem que na véspera desaparecera
do navio.
CARAVELA NA TORMENTA |
Hildebrant resolveu construir uma ermida e uma casa que
lhe servisse de habitação nesse local e prometeu dedicar os seus dias a amar e
servir Nossa Senhora na montanha onde a sua proteção não fora invocada em vão.
Distribuiu parte dos seus bens pelos outros membros da tripulação do navio e
pediu-lhes que todos os anos viessem, em romaria à serra da Arrábida, visitar o
local onde passara a viver. Atribuiu-se a este fato a origem do círio dos
saloios de Alcântara.
CÍRIO DA ARRÁBIDA
Mais tarde Hildebrant erigiu, ali mesmo, um convento da mesma Ordem
do nosso Patriarca Santo Agostinho, com licença do Bispo de Lisboa, que era
naquele tempo D. Sueiro Viegas, o qual confirmou D. Bartolomeu, companheiro de
Hildebrant, no lugar de prior, como consta de uma escritura que se conserva no
arquivo da igreja catedral da mesma cidade de, Lisboa, feita pelos anos de
1288. 0 incêndio que se seguiu ao terramoto de 1755 destruiu todos os
documentos que existiam no arquivo da Sé de Lisboa, impedindo que se pudessem
comprovar as afirmações feitas pelo autor do Santuário Mariano.
Há quem admita, ainda, que a instituição religiosa
fundada por Hildebrant tivesse seguido o exemplo do que S. Donato estabeleceu na
Espanha, vivendo dispersa pela montanha, em casas humildes, entregando-se em
plena liberdade à oração e ao trabalho. A congregação estava sujeita, no
entanto, ao prelado diocesano e seguia as regras de Santo Agostinho. Não há,
contudo, qualquer documento que fundamente esta suposição.
Entretanto, Setúbal teve foral em 1249 e, em 1343, dada a
importância que a vila adquiriu, o Mestre da Ordem de Sant'Iago demarcou-lhe um
termo próprio. Por essa época, Azeitão tomara-se conhecida por ser o lugar de
veraneio preferido pela melhor nobreza do Reino, entre a qual se contavam os
infantes D. Constança e D. Pedro, futuros herdeiros da Coroa. A presença da
infanta teve como consequências a construção de uma igreja na localidade no
século XIV, a desanexação do limite de Azeitão da freguesia de Santa Maria do
Castelo de Sesimbra e a concessão de vários privilégios aos seus moradores
pelos reis D. Pedro I e D. Fernando.
ARRÁBIDA
FONTE:
Site de Azeitão;
Site Google;
Site Youtube.
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